Finalmente! Com muito, MUITO, atraso, por causa da alfândega, meu Paper Mario finalmente chegou. E sabem o que aconteceu? Eu fui, de novo, envolvido naquela magia absurdamente divertida da série de RPGs Paper Mario! O jogo é divertidíssimo e te faz rir o tempo todo… mas é bom? Vamos descobrir!
Graficamente falando Paper Mario: Sticker Star é uma nova história postada sobre os gráficos da versão do Cube, Paper Mario: The Thousand Year Door. Eu acredito que existe um limite do que poderia ser feito em termos de gráfico para que os cenários parecessem recortes de papel e papelão e ainda tivessem um certo reconhecimento. Logo não estamos falando de uma enorme diversidade gráfica ou de um cenário que, realmente, vai lhe trazer lágrimas aos olhos. A animação do personagens é interessante e os trejeitos básicos foram bem criados, heróis e vilões tem uma caracterização bem feita mas, mais uma vez, não há muito no componente gráfico do jogo que vai vendê-lo para você. E o som vai pelo mesmo caminho. Mario não fala, nem tem falas (os inimigos e amigos falam por ele – ele diz coisas como “Há!” “Hey” “It´s Me!” e gesticula… muito!”) e os inimigos não tem vozes, só grunhidos. Há vários sons engraçados e bastante característicos da série, assim como músicas que vieram transplantadas de episódios anteriores da franquia, que são bem feitos e interessantes, mas sua experiência sonora não será, exatamente fantástica!
O sistema de combate sofreu mudanças drásticas: As badges e os poderes vão embora e Mario e companheiros usam stickers para lutar. Sim! Stickers! Em vez de ter um ataque em que Mario chuta um casco em alguém, você usa um Sticker com um casco. Em vez de colocar um badge que melhoraria o poder de chutar o casco você pega um Sticker de casco melhor – e vai por aí. E os Sticker só podem ser usados uma vez! Uma comparação facilitadora seria pensar em uma estratégia como a de um Deck de Magic: The Gathering, o jogo de cartas colecionáveis – quase todas as cartas só podem ser usadas uma vez e vão para o cemitério. Ou seja, você, como jogador tem que ficar resuprindo Mario o tempo todo com Stickers, que você acha derrotando inimigos, olhando embaixo de pedras e conversando com toads, toupeiras e outros personagens da versão “papel” do reino do cogumelo. É BEM menos complexo do que a versão do Cube e parece muito que foi feita para trazer novos jogadores a franquia (visto que o sistema dá um monte de colheres de chá para você) mas não vai atrapalhar o seu jogo. Infelizmente um outro aspecto dos Stickers vai… os “Thing Stickers”.
Eu explico. A dois tipos de Stickers no jogo: Combat Stickers e Thing Stickers. Combat Stickers são auto explicativos, e acabamos de falar deles. Thing Stickers são, essencialmente, coisas, indo de ventiladores gigantes a pontes, que foram removidos dos lugares onde estariam (ou viriam a ser necessários), miniaturizados e deixados por aí. E para prosseguir na sua aventura você precisa achá-los, uma tarefa bastante difícil se você considerar que alguns deles exigem side quests, olhar em cada canto dos diversos estágios do jogo ou cumprir tarefas específicas em uma determinada ordem. O que torna a situação ainda pior é que os chefões das “Dungeons” (os locais onde os pedaços da Sticker Star estão guardados… o que? Que cara é essa de surpresa? Por um segundo você achou mesmo que você não ia sair recolhendo pedaços de alguma coisa em um Paper Mario?) exigem um Sticker específico cada um, para que ele seja derrotado – E ESTE STICKER PODE, OU NÃO, ESTAR DENTRO DA DUNGEON. Normalmente, se o Sticker necessário não estiver na Dungeon o jogo lhe dará vários avisos (“Fulano é indestrutível! Só a bruxa do pântano tem o que necessário para acabar com ele!”, e na porta da Dungeon tem um aviso “Você já viu a bruxa do pântano hoje?” – coisas desse tipo. Não dá para dar exemplos in-game sem estragar a história!) mas como, mesmo se você tiver o Sticker certo, o jogo não lhe avisa quando, nem como, usá-lo, na primeira vez que você chega ao Chefão, você acaba, na maior parte das vezes, morrendo a primeira, e talvez a segunda batalha contra ele, para que um aviso do jogo diga qual o Sticker e como usar. Fica mais fácil com o tempo e as diversas dungeons porque você, meio que, se acostuma com a cabeça dos criadores, mas não é simples sob nenhum aspecto e pode ser extremamente frustrante para um jogador casual.
Mas a maior parte dos usuários não estão aqui por gráfico, som ou gameplay. Estão aqui pela fantástica história e seu soberbo uso do humor. E fiquem tranqüilos… esse aspecto continua perfeito. As histórias continuam absurdamente engraçadas, os vilões tolos e as aventuras atrás dos pedaços da Sticker Star, partida durante uma tentativa de roubo por Rei Bowser, hilárias. É um jogo que vai dar aquela deliciosa sensação de jogar só mais uns 10 minutos para ver o próximo estágio e a próxima piada… e que continua engraçado na segunda, terceira e demais jogadas.
Conseguimos sintetizar dizendo que Paper Mario: Sticker star é um bom jogo. Não é um marco em termos de RPGs para sistema Nintendo como Super Mario RPG ou Paper Mario: Thousand Year Door mas é um bom jogo, que, após o período de aclimatação, vai trazer diversas gargalhadas para você. Talvez na tentativa de evitar uma possível mesmice a Nintendo tenha modificado coisas demais na atual versão e tenha criado alguns “gargalhos” que engasgam o Gameplay mas nada que vai matar mais essa adição a biblioteca do 3DS. Só não vá com muita sede ao pote!