Jogando: Mass Effect 3

Eu quero contar um montanha de coisas sobre Mass Effect 3 para vocês todos mas eu não vou fazer isso. Primeiro porque, aparentemente, as pessoas se ressentem de Spoilers. E segundo porque esse jogo é tão bom… TãO BoM… mas TÃO BOM mesmo… que qualquer coisa que eu contasse seria um desserviço ao jogo, a equipe da Bioware e a você como fã de videogame.

Então se você não jogou Mass Effect 1 e 2 ainda (ou Mass Effect 2 + Mass Effect Genesis, caso você tenha um PS3) eu espero você fazer isso…. vai lá… eu garanto que vale a pena. Aliás eu acho que a única experiência, envolvendo um videogame, que valeria mais a pena que a soma da obra de Mass Effect envolveria uma quantidade absurda de sexo oral sendo feito enquanto eu jogo algum Zelda.

Sim… eu já deixei claro que o jogo é muito bom. Mas por que é muito bom? A Primeira coisa a se falar de Mass Effect 3 é quão incrível a história é. Se você não veio seguindo as peripécias do comandante Shepard na sua infindável batalha contra os Reapers basta dizer que tudo será explicado e resolvido no ME3. Nenhuma ponta solta e um final para lá de surpreendente (eu garanto a vocês que vocês não adivinham o que acontece no final… ) onde todas… e eu repito TODAS as decisões que você fez em Mass Effect 1 e 2 tem peso (São mais de 120 pontos de decisão se você jogou os games no 360). Não só uma experiência literária fantástica, com um universo brilhantemente desenvolvido e personagens verdadeiramente carismáticos, Mass Effect 3 é uma história escrita pelas suas ações. E você vai lembrar de cada uma delas e agradecer (ou se revoltar) por cada decisão tomada. É emocionante, sensível e não deixa nada a desejar as grandes obras de ficção científica como Human X Commonwealth e Duna.

Só uma coisa. Se você NÃO jogou ME1 e ME2, Mass Effect 3 ainda será um jogo legal e divertido. O game faz um esforço fantástico de explicar para você o que ocorreu até agora e porque é importante salvar a terra dos Reapers. Dito isso a experiência de ver os efeitos da pesquisa sobre o Genophage, de Maelon, em Tutchanka, será muito mais interessante se você tiver visto a experiência sendo feita no jogo 2 e seu retorno a Noveria muito mais colorido se você tiver jogado o 1. Mass Effect 3 realmente espera que você tenha estado lá e prestado atenção nos diálogos ao longo dos 2 últimos jogos.

Os gráficos de Mass Effect 3 são bonitos e considerando o tamanho dos ambientes e a variedade dos mesmos, isso é um tremendo feito. A síndrome Bioware, aquele efeito engraçado da expressão facial do personagem não estar conectada ao tom das palavras que estão sendo expressas desapareceu de vez e as texturas são carregadas junto com os gráficos, eliminando os horríveis defeitos gráficos presentes em ME1. No entanto ME3 não quebra recordes neste sentido e seu estilo gráfico pseudo-foto-realista torna os alienígenas formidáveis mas deixa os humanos um pouco estranhos – as vezes quando Shepard se zanga ou está triste você tem a impressão que ele está fazendo charminho.

Falando nos companheiros de Shepard a inteligência artificial deles deixa um pouco a desejar – a muito mais microgerenciamento a ser feito com os poderes e habilidades deles desta vez do que nos jogos anteriores. Graças aos céus usar o Kinect torna a tarefa muito mais simples (a menos que você divida a sala com alguém que deteste você gritando coisas como “Liara; Singularity” ou “James; Carnage” ou “Cover Me”. E se vocês lembram de ver lindos planetas e ficarem de saco cheio de ficar escaneando eles em busca de minerais e outros itens, esqueçam: itens, dinheiro e melhorias podem ser conseguidos nos planetas, mas só em alguns e o processo de localizá-los e escaneá-los é muito muito mais simples. Agora você entra em um sistema e usa o gatilho esquerdo para fazer um escaneamento em volta da nave, atingindo uma área que pode envolver vários planetas de uma vez ou mesmo espaço vazio; se houver algo ali ficara marcado no seu mapa e você poderá ir até lá e lançar uma sonda para resgatar. 100 vezes mais rápido e imensamente mais divertido.

O som é um espetáculo. O jogo 1 era fantástico neste aspecto e depois de um retrocesso no game 2 a Bioware volta ao que dá certo. Trilhas sonoras cheias de cordas e percussão, com sons que começam no limite da audição, surgem do nada e quando você os percebe, se indaga se eles estavam ali o tempo todo. As músicas são lindas, lindas, e usam e abusam de um estilo meio indiano, meio italiano, para criar uma sensação de enormidade. Some a isso efeitos sonoros escolhidos a dedo por alguns dos melhores profissionais da área e um conjunto de vozes feito por dubladores e artistas famosos (como Martin Sheen/Ilusive Man, Seth Green/Joker e Keith David/Anderson) e não há muito espaço para erro no clássico da Bioware.

Eu falo por mim e por muitos quando digo que tivemos medo do Multiplayer online. Eu sou parte de uma geração onde os bons jogos de multiplayer cooperativo podiam ser contados nos dedos de uma mão e o número de (bons) RPGs com multiplayer cooperativo era… … … espera aí só existia um… chamava-se Sword of Mana, no SNES. Logo, quando disseram que Mass Effect 3 teria um multiplayer cooperativo no estilo Horda de Gears of War 3 eu fiquei desolado. Claramente o single player seria sacrificado em favor de um multiplayer que seria simples e sem sofisticação, certo?! Certo? Errado! O Multiplayer de Mass Effect 3 é rápido, visceral e completamente conectado com a história do Singleplayer – com os jogadores (podem ser até 4) utilizando soldados em missões na linha de frente contra os Reapers. Conforme você vence vai ganhando experiência que pode ser usada para comprar kits que incluem armas, poderes e novas classes – o que impede o grinding sem sentido de ficar subindo só um estilo de jogo. Além disso, conforme você derrota os inimigos o war readiness (algo como “Preparação para a guerra”) de uma determinada região vai melhorando, o que influi diretamente o final do game e te dá uma sensação de que as horas gastas ali no multiplayer não estão ali apenas para evitar que seus amigos tenham a sensação de que você os traiu. Os controles no multiplayer são exatamente iguais aos do single player, que funcionam muito bem, obrigado: Um botão para correr, pular e se encostar nas coisas, dois botões superiores para abrir a seleção de armas e de poderes (que depois podem ser utilizados mirando e apertando um botão ou mirando e gritando o nome do poder no kinect) e dois gatilhos, um para mirar com mais precisão e o outro para atirar – tudo que você precisa na ponta de seus dedos.

Em suma Mass Effect 3 vale muito a pena. Difícil dizer se será o melhor jogo de 2012 visto que o ano ainda tem algumas surpresas na manga (eu estou olhando para você Aliens: Colonial Marines – não me desaponte!) mas é um sério candidato. O jogo revira cada pedra, chacolha cada bandeira e explode cada limite do gênero. Esse é O jogo de ficção científica e um dos melhores RPGs já criados até hoje. Cada paxião do personagem, cada decisão tomada, cada inimigo criado… tudo retorna para tornar Mass Effect 3 a experiência definitiva em termos de liberdade de escolha em videogame. Eu jogo videogames a mais de 25 anos e fiquei um quarto de século para ver algo assim – ao final do jogo você vai sentir que cada bala e cada amigo perdido doem em você tanto quanto no Shepard.

Agora me perdoem que eu tenho que começar a campanha na minha segunda bateria.

Retro Review: Mass Effect 2

Se eu tivesse que transformar todo o Hype em torno da super continuação do mega aclamado Mass Effect da Bioware, em uma pergunta, ela estaria aí em cima. A resposta? NÃO! O jogo não é realmente tudo isso… digo mais, não é tão bom quanto o primeiro e nem mesmo tão bom, como Dragon Age, que a Bioware lançou não faz nem seis meses. Agora vamos por os pingos no “i”s. Não é por nenhuma medida um jogo Ruim, veja bem, mas em comparação com seu predecessor ele dá diversos passos para trás.

Vamos por partes…

Quanto aos gráficos não há reclamação, nem teria como ter, a EA mostra mais uma vez que seus estúdios e companhias internas realmente sabem tirar proveito da mais do que fantástica engine UNREAL 3. Metal parece metal, couro parece couro e as pessoas não parecem mais bonecos de plástico de pele vítrea, como nos primeiros jogos do XBOX 360 com a engine. As roupas, as naves, os cenários, os alienígenas, enfim…. TUDO, recebeu um verniz de sofisticação e de detalhes, que aumentaram em muito a qualidade da apresentação. Ah… sem esquecer que aquele problema do ME1 das texturas de alta resolução carregarem só depois de uns 15 segundos de jogo está morto e enterrado. O jogo é tão ou mais bonito que Dead Space… também de uma sub companhia da EA.

O som é mais esquecível que o do primeiro, com temas que se esforçam muito para serem lembrados, mas no final acabam ficando iguais as músicas de fundo de Star Trek a série clássica… sabe aquele pseudo “Grand-classico-crescendo-momentum”…. aquilo mesmo… parece que todo mundo hoje que ser John Willians (você conhece a obra do cara…. é o responsável pela música do tubarão e do Indiana Jones… Star Wars também). As vozes são soberbas, tão bem executadas quanto no primeiro e os diálogos são convincentes – seriam ainda melhores se os personagens não sofressem da “síndrome da Bioware” de que seus movimentos não tem muito a ver com o que estão dizendo naquele momento, mas não se pode ter tudo… e os momentos da síndrome diminuíram em relação ao primeiro Mass Effect.

A história é incrível… INCRÍVEL… muitíssimo bem escrita (se você quer comer carne, você vai a um açougue, se quer jogos bem escritos, você compra um jogo da Bioware) com momentos chaves de revelação bem criados e diversas reviravoltas que tornam o game uma experiência ímpar. O problema é que aí acabam as virtudes…

… porque eu queria um RPG. E o que eu encontrei foi um jogo de ação com alguns toques de RPG.

Como eu disse lá no início, esse jogo não é ruim… por absolutamente nenhuma maneira que você olhe – inclusive, se olhado fora do contexto de sua série, ele é uma obra de arte, um game incrivelmente bem feito, leve e criado de uma forma que qualquer um possa embarcar e ter um momento de divertimento. E isso é um dos pontos fracos do game…

… porque se você é como eu, você jogou Mass Effect 1. Você “perdeu” no mínimo 30 horas em diversas e rocambolescas aventuras pelo tranverso do comandante Shepard, e seja lá como você jogou, quais sejam as decisões que você tomou, aquilo se tornou pessoal para você.  ME2 pega todas as decisões que você fez e dá a elas referências superficiais. Você deixou o conselho morrer? Os humanos tem mais poder e você é escrachado em algumas lojas… só isso! O conselho sobreviveu? Algumas pessoas vão lhe perguntar sobre os humanos mortos para salvar o conselho, mas os desgraçados não vão mover um dedo para ajudá-lo. Você escolheu que Alenko sobrevivesse na missão em Virmire? Ou Ashley? Não importa, quem estiver vivo vai encontrá-lo na sua segunda missão para o Ilusive man, fazendo biquinho e cheia de raiva “Emo” por você. Além do que você perde todos… eu disse TODOS… os poderes e habilidades que você tinha com seu Shepard, pois o sistema de nível e combate em ME2 é diferente. Você pode se quiser manter o rosto e no máximo a classe de personagem (Soldado, Engenheiro, etc…), mas mesmo esses dados podem ser alterados…. E NINGUÉM NOTA A DIFERENÇA…

… é sério, eu tinha uma comandante Shepard ruiva de cabelo curto, eu modifiquei meu rosto para uma negra careca, e graças a algum tipo de Voodoo espacial todo mundo AUTOMATICAMENTE me reconhece e diz “__ Comandante Shepard… achamos que você estava morto!”. Caraca malandro… as pessoas não me reconhecem na rua se estiver de óculos e com o cabelo diferente, imagina com a pele de outra cor. Será que o comandante anda com um letreiro luminoso que diz “Ei… eu sou Shepard!” ou uma daquelas bizarras e asquerosamente amigáveis plaquinhas de pendurar no pescoço com os dizeres “Oi! Posso te ajudar! Meu nome é Shepard! Sim aquele que morreu! Sim eu estou bem melhor agora!”

Além dos problemas de aproveitamento da história há também a questão da jogabilidade. No primeiro game a munição das armas era infinita e as armas eram térmicas, portanto só tinham que esfriar. Ops… alguém andou jogando games de tiro e gostou da mecânica de trocar “magazines/clips” (os cartuchos de munição) então a história é alterada dizendo que retro-engenheramos armas dos Geth, nossos inimigos malvados, mas elas geram muito calor e esse calor tem que ser retirado da arma jogando fora um clip quente e colocando um frio – COMO É QUE É? – Então eu sou capaz de viajar milhares de vezes mais rápido que a luz (processo esse que geraria tamanho calor que a termodinâmica falha ao explicar o processo de difusão dele), proceder retro-engenharia em uma arma pertencente a uma raça sintética de pensamento binário com a qual jamais tive qualquer contato amistoso, construir inteligências artificiais perfeitas (que conseguem fazer piadas) mas sou incapaz de CONSTRUIR A PORCARIA DE UM EXAUSTOR!!! UM EXAUSTOR!!! CARALHO ME DÁ UMA SERPENTINA DE CHOPE, UMA VENTOINHA E UMA BATERIA DE CARRO E EU TO DOU A MERDA DE UM EXAUSTOR. Essa foi a desculpa mais…. não … essa foi a SEGUNDA desculpa mais vergonhosa de Mass Effect 2. Por que a primeira estragou a história pra mim

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Spoiler Alert – vou revelar parte da história que pode estragar parte da diversão de quem pretende jogar… leia por conta e risco.

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Em uma determinada missão, você invade uma nave dos inimigos locais do game: os collectors (colecionadores), uma raça insectóide, porém bípede, de pensamento em colméia, que podem inclusive ser possuídos, por sua “rainha” (o líder deles), como computadores em rede. Só que o game me conta, em certo ponto da história, que eles são, na verdade, os Protheans, a antiga raça que construiu o conduit, e que possibilitou o aprisionamento dos Reapers, conforme a história do jogo ME1. Os Reapers, as organo-máquinas perversas que desejam destruir toda a vida biológica da galáxia após fazê-la avançar durante milênios em direção a sensciência pegaram seus arquiinimigos e os transformaram em serviçais… eu não vou nem entrar no mérito científico das estupendas dificuldades no processo de se transformar um ser que deve ter evoluído de algum animal marinho e que parece um Ilhitid, ou seja, isso:

Em um insento bípede de 2,20 m e quase 200 Kg armados até os dentes, ou seja isto:

Mas sem ser biólogo, bio-médico, xeno-biólogo ou qualquer coisa que o valha quero chamar a atenção dois fatos:

1) Não era mais fácil, para uma raça sintética, com capacidade para viver no espaço escuro entre as galáxias, sem absolutamente nenhuma necessidade orgânica, construir uma raça de máquinas subservientes, absolutamente leais e que não teriam inconvenientes como, sei lá, ALIMENTAÇÃO, CONTROLE DE ATMOSFERA, SUPORTE DE VIDA, DESCANSO, ETC…

2) Se, por qualquer razão absolutamente além do escopo de controle dos Reapers, houvesse uma necessidade suprema por uma forma de vida biológica, porque não engenheirar uma, peça a peça, a partir do nada, para ser resistente, inteligente, servil, etc…. Por que gastar milhares e milhares de horas, em centenas e centenas de gerações, para chegar em uma raça que o comandante Shepard, no final do jogo, usa como papel higiênico.

Não satisfeitos ainda, em destruir a atmosfera do game, eu lutei com um proto-reaper, que é o chefão final… isso mesmo, um proto-organomáquina-sensciente-com-capacidade-além-das-inimagináveis-e-que-é-feito-de-DNA-de-milhares-de-humanos-liquefeitos parecido com um transformer do Michael Bay se levanta (como eu não sei, pois ele não tem pernas) e luta comigo na beira do abismo aonde eu o joguei…. Um chefão final tão ultrajante quanto desnecessário mostra-me que os Reapers foram construídos por uma raça, e que ficam com a aparência da raça com os quais tem o DNA injetado e…. it goes all shits and bananas…

NÃO FAZ O MENOR SENTIDO. POR QUE UMA SUPER ORGANO-MÁQUINA SERIA FEITA DE SERES LIQUEFEITOS? NÃO CONSEGUIRAM MATERIAL MAIS PURO EM OUTRO LUGAR?

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Fim dos Spoilers

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No placar final, ME2 está longe de ser um game ruim, mas o nome pesou demais, pois estamos comparando este game com o RPG que pois a sigla R P G no XBOX 360. E é duro imaginar que o pessoal da Bioware, sob a tutela da EA, tenha feito um jogo com tantas qualidades técnicas, mas que dá uma facada no coração da própria história.

Ainda bem que Mass Effect 3 torna tudo isso mais legal!

 

Retro Review : Mass Effect

São enormes as possibilidades que você já tenha terminado Mass Effect, um dos melhores e mais importantes games do XBOX 360. Desde de 2007, no seu lançamento (foi muito legal receber um game lançado no Brasil no mesmo dia do lançamento internacional, com aquela tirinha laranja no lacre que dizia “Atentar para a data de lançamento”) o game tem feito de descrentes, fãs. Agora que a trilogia acabou, é preciso revisitar o original para entender o fenômeno da melhor venda de março de todos os tempos (e aproveitando isso eu voltei e fiz uma bateria perfeita em Mass Effect 1 e 2 para aproveitar o 3 com tudo que tinha direito).

Vamos começar pelos gráficos. Mass Effect é muito bonito, tem um grave defeito de demorar até 15 segundos, depois que você está jogando, para terminar de carregar as texturas de alta resolução (quando você começa a se mexer, tudo, das armaduras as caixas na tela, estão com uma textura digna de ps1, logo melhora) e isso cada vez que você cruza uma porta ou usa um elevador – mas funciona na maior parte do tempo e quando está funcionando é muito bonito. Aliás fã ou não de astronomia, os planetas são lindos e variados, com imagens nítidas e sensacionais, e quando você pousa nelas, cada um deles tem fatores marcantes, clima, topografia, visual próprio…. um show de bola. A animação dos personagens também não deixa a peteca cair… muito – eu explico, os personagens sofrem da “síndrome Bioware”, assim como em KOTOR ou Dragon Age, onde o diálogo foi gravado sem contato com a movimentação do personagem, criando momentos meio cômicos, quando o personagem se move de forma exagerada ou descabida em relação ao que está sendo dito. Lip-sync (sincronização labial) é boa, mas não perfeita… mas bate de longe a de Bayoneta, por exemplo – os inimigos, véiculos e as movimentações de batalha são soberbos.

O som de Mass Effect é muito bom. Das calmantes músicas para quando se está explorando o espaço, as agitadas boates como o Flux e Choras Den, a música vai para o Background e auxiliado por um diálogo vívido e muito muito muito competente (crível mesmo…) cria um universo sem paralelo. Você realmente entra em Mass Effect…

A jogabilidade é um saquinho de surpresas. Quando o jogo foi lançado ninguém esperava um RPG com um sistema de batalha ao estilo “Gears of War”, mas foi exatamente isso que ocorreu – com a diferença de que existem poderes psíquicos e técnicas na história. Some a isso um sistema de exploração por veículo muito bem feito (um pouco lento… é verdade), um sistema de exploração de planetas e missões cheias de informações (advindas de Data pads e computadores) que criam um pano de fundo para o jogo e a jogabilidade permitirá que você se divirta… muito. Ah… não esqueça o sistema de conversas, com frases neutras, boas (PARAGON) ou más (RENEGADE) que é muito legal de usar.

O diálogo é muito bem escrito e suas ações realmente fazem diferença no universo (pessoas podem ser dissuadidas de fazerem coisas terríveis com as opções corretas de diálogo, batalhas podem ser evitadas, etc…), como em Kotor, suas mudanças são persistentes – trate uma pessoa mal e ela não vai esquecer daqui a meia hora. A história também é fantástica, cortesia da sempre muito trabalhadora Bioware, com um conto de drama e ação, involvendo super agentes do governo, um mal ancestral alienigena inominável, centenas de side quests e um final que faz as batalhas de Star Wars pegarem a bola e falarem que não brincam mais. Não dá para revelar mais nada sem Spoilers… mas confie em mim… É FANTÁSTICO (Eu joguei três vezes, fazendo caminhos diferentes).

O jogo é perfeito? Não… embora muito bom, ME1 tem sua cota de problemas. Bugs variados habitam o jogo, e mais de uma vez, após levar um tiro ou um “Push” no rosto, fui para dentro de uma parede ou de uma caixa, tendo que dar quick load para recomeçar a batalha. Os trechos com veículos, em que a exploração do planeta é aberta são lentos, mas relaxantes, mas vários dos itens que você encontra durante estes trechos são inúteis e não mudam em nada a história. Recolher metais é só para quem quer o jogo em 100%. Nada que realmente estrague o jogo, mas com certeza você irá se irritar pelo uma vez com cada um desses problemas.

E aí, diante do lançamento de Mass Effect 2, devo comprar o 1? Sem dúvida. Faça-o agora… faça-o já! Mass Effect 1 é como Kotor, é como Baldur´s Gate… é um daqueles RPGs de console clássicos que envelhecem como o vinho. E considerando que você pode importar seu save de ME1, com todas as mudanças que você fez no universo, para ME2 onde a história seguira, eis aí um negócio da China.

A gente se vê!