Ei… é um GTA com artes marciais! E carros coreanos! Espera… eu já vi isso em algum lugar.
De fato Sleeping Dogs não é um novo jogo – embora ele não seja um jogo velho. Fazendo uma comparação extremamente misogenista esse é o equivalente eletrônico da Sheila Melo, antiga “bailarina” do finado grupo “É o Tchan!” – Continua linda e com um corpo fantástico, mas simplesmente não está mais no foco da mídia.
E assim como a Sheila Melo Sleeping Dogs nunca fez ondas muito grandes no mundo da mídia. Em seu lançamento original para os consoles da geração passada, em 2012, ele vendeu de forma normal e foi considerado “interessante” pela crítica como um todo. Nem de perto o alvoroço que a Square esperava que o jogo causasse. E sua versão definitiva caminha para repetir a história.
Até porque ela não tem muito de definitiva. Ela é a versão do PC, de 2013, com os dois DLCs anexados sem muito jeito, como disformes irmãos siameses pendurados pelo umbigo, sem mudar absolutamente nada. E sim… isso não é uma visão bonita.
Nem o jogo nem os irmãos siameses grudados pelo umbigo
Sleeping Dogs: Definitive Edition é exatamente o mesmo jogo que você pode ter, talvez, quem sabe, jogado no XBOX 360 e no PS3, mas com texturas bem melhores (com o dobro ou mais de resolução), animação mais fluída (não tem mais frame skip), uma distância de horizonte maior (você vê curvas, carros e área de mar a uma distância muito maior) e travado a 60 frames por segundo (mais do que o dobro da média da versão anterior). O jogo mereceria palmas pelas diversas melhorias SE NÃO AS TIVESSE FEITO MAIS DE UM ANO ATRÁS.
Sim… porque no PC era exatamente assim que o jogo rodava. Em junho/julho de 2013!
A única diferença entre a versão do PC e a versão definitiva é que a segunda traz os dois DLCs: O primeiro deles “nome do de terror” se passa após a história principal do jogo e traz Wang as voltas com uma ameaça mística, no melhor estilo de filme Wusha de baixo orçamento da década de 80. É legalzinho mas não anima muito. O segundo é ainda pior… e envolve perseguições policiais a uma organização terrorista que pretende explodir uma enorme quantidade de prédios em Hong Kong durante o ano novo chinês – esqueça esse… propositalmente.
Como já falamos lá em cima, e é possível de ver no vídeo, Sleeping Dogs: Definitive Edition é bonitão, tal qual um ator de cinema de 50 anos em forma: Não vai arrebatar legiões mas vai agradar aos fãs. A United Front , produtora do jogo, fez um trabalho primoroso com a criação de uma Hong Kong viva e cheia de caminhos entremeados. A animação é ótima, os gráficos são coloridos e a sensação de velocidade e vida no jogo é palpável. O som também é muito bom, embora muito menos estelar do que o de GTA V ou do inoxidável e fantástico Vice City – carregado de J-Pop e K-Pop, com pitadas de elétrico e de Beat aqui e ali. O controle da versão definitiva é exatamente igual ao da versão comum, que é, em duas palavras, muito bom. Funciona bem e como deve e o sistema de luta do jogo continua tão bacana quanto era em 2012 (até porque é pesadamente baseado no de Arkham Asylum/City/Origins que é mais do que fantástico).
Sleeping Dogs: Definitive Edition não é um jogo ruim. Muito pelo contrário. Mas considerando que a versão do PC (idêntica, devo lembrar) custa pouco mais de R$ 20,00 no Steam e ambos os serviços de premiação (Games with Gold, da XB Live e Instant Libray, da PS+) dos consoles de geração passada já entregaram o jogo original, de graça, fica difícil recomendar pagar entre R$ 150,00 e R$ 200,00 por uma mão de verniz em cima de um jogo bom de 2012. Se você nunca jogou o original ou se jogou a exaustão e gostaria de voltar a pele do policial Wang, infiltrado no meio das tríades e lidando com as gangues mais perigosas de Hong Kong, pode ser que o jogo seja para você. O resto de nós provavelmente só vai pegar esse jogo quando ele vier de graça… ou em uma promoção da Square por R$ 15,00.