Ah! A estratégia em tempo real! Aquele tipo de jogo onde você sempre estará a salvo de crianças de 12 anos que ficam ligadas na XBOX live movidas por energéticos. E eu era um cético do RTS funcionarem no controle do XBOX 360. Até ser tomado por Halo Wars e From Dust. Agora eu acredito!
E depois de X Com… estou mais que convicto!
Aviso desde já! A gigantesca versão do PC (12 Gb !!!) rodando nas minhas duas placas de vídeo linkadas, neste pesadelo que eu tenho na sala construído para rodar tudo que vem pela frente é bem mais bonita que a versão do 360 (texturas são melhores, missões carregam mais rápido, etc…) e o mouse continua imbatível. Dito isso a versão do 360 é mais do que louvável!
Primeiro porque X Com arrebenta nos controles, comandos de mouse e teclado foram distribuídos em toques rápidos pelo controle todo. E o jogo te ensina com calma, sem pressa, como utilizar cada função, aumentando gradativamente as opções disponíveis missão a missão. Direcionais foram bem utilizados, mecânicas de cobertura fazem sentido total para qualquer jogador de Gears e você se sentirá visceralmente no controle do seu time em campo…
… e fora dele também! Em X Com você vai controlar tudo! Desde de quem será ajudado por suas tropas (em vários momentos do jogo você só poderá auxiliar um dos países membros que fazem o funding da X Com) até no que investir tempo e energia, como em que tipo de pesquisas, que tipo de armas ou mesmo quais equipamentos e aeronaves serão usados. Tudo isso em uma base animal no subsolo, digna de um vilão destruidor de mundos do James Bond. A base faz sentido, as escolhas do que pesquisar e investir fazem com que cada sucesso se torne pessoal e o setting é simplesmente legal demais.
Graficamente o jogo não vai ganhar nenhum prêmio, nem parece estar preocupado com isso. É verdade que os cenários são completamente destrutíveis e reagem de forma adequada a punição que recebem (bombas de gasolina explodem se receberem disparos, gasolina no chão se incendeia com lança chamas ou plasma nas proximidades, paredes explodem deixando cacos por toda a área, etc…), mas são simplistas e sem vida. As poucas missões que tem civis fazem com que eles só sirvam como um estorvo a ser protegido ou um incentivo de vingança que foi morto pelos alienígenas. Os próprios alienígenas são graficamente pouco inspirados, com direito aos Greys (que o jogo chama de Insectoídes), os Alphans (que o jogo chama de Tin Men) e algumas outras raças genéricas de alienígenas. A animação dos personagens é bem feita, mas não segura a onda sozinha, principalmente quando suas armas e armaduras começam a parecer algo fabricado pela Mattel; a dos inimigos é ainda pior, extremamente limitada e repetitiva. Em suma… não foi aqui que a atenção foi focada.
Se o departamento gráfico me causou uma certa revolta o sonoro é digno de, pelo menos, um assovio sensual. Vozes são bem feitas (com especial atenção ao seu chefe de campo) e os sons dos alienígenas e do ambiente convencem. As músicas somem no fundo, só reaparecendo na hora do combate… mas isso é sinal de trabalho bem feito, porque não incomodam ninguém! A história é clichês, mas serve bem ao propósito que se coloca – e a política de um mundo sob invasão alienígena é retratada de uma maneira que é, pelo menos, aceitável.
X Com é um bom jogo! É um membro mais do que digno do salão dos RTS que teve uma competente transição para os consoles. É bem feito, gostoso de jogar e tem um nível de dificuldade que fará os mais fracos surtarem. Você vai perder soldados e mandá-los para o sacrifício em busca de recursos e tecnologia alienígena. Vai ter que pensar em segundos no micro e no macro gerenciamento e pode, depois de 30 horas de jogo, descobrir que não tem como terminar (por ter investido em coisas erradas, por exemplo). Mesmo assim é uma brisa de frescor no meio de tantas continuações e de tantos FPS. Vale realmente a pena!