Gerigasmo: Nosso review do Nyko Kinect Zoom

Em muitas e muitas casas o Kinect passa por períodos de massivo usado seguidos por períodos de total inatividade. E isso não se deve a qualidade dos jogos produzidos ou algo assim, mas ao fato que a maior parte absoluta dos gamers acaba tendo que afastar seus móveis para jogar, o que resulta em uma sala bagunçada e que muitas vezes acaba tendo que ser arrumada para a chegada de uma visita ou para permitir aos seu amigos chegarem ao banheiro sem ter que pular o sofá. O 1,80 a 2,30 metros consumidos pelo Kinect já geraram uma legião de piadas e críticas; mas e se você pudesse cortar a necessidade de espaço pela metade?

Bom a Nyko, a campeão dos acessórios autorizados, fez exatamente isso. Ela fez uma peça de plástico preta com três lentes que fazem com que a imagem fique um pouco curvada e pareça bem mais distante do que realmente está. Isso faz com que o Kinect leia seus movimentos com perfeição mesmo a distâncias tão curtas quanto 1,20 m para um player e 1,60 para dois players. E a única coisa que o gamer perde com isso? Bem, resolução… Deixa eu explicar melhor! Ao fazer as imagens ficarem mais distantes o Nyko Kinect Zoom cria um efeito de curvatura na imagem, que faz com que fotos e vídeos (como aqueles em Dance Central ou Kinect Adventures) pareçam um pouco deformados, como se estivessem sendo gravados através do fundo de uma garrafa. O aparelho também dificulta a captação de jogadores a distâncias maiores do que 2,5 m… mas se você tiver esse tanto de espaço não vai precisar da merda do Kinect Zoom de qualquer jeito…

O acessório foi lançado lá fora por US$ 29,99 e já está disponível em algumas lojas brasileiras por R$ 120,00 (eu sei…. salgado….) resolvendo o problema de muitos que querem usar kinects mas moram em apartamentos. É uma pecinha de plástico com três lentes grudadas nelas e está claro que a Microsoft vai utilizar lentes auto ajustáveis em um futuro Kinect 2… mas por enquanto o Nyko Kinect Zoom resolve sua situação muito bem.

 

Jogando: Deus EX: Human Revolution

O primeiro Deus Ex foi uma obra prima dos jogos para PC em 1999, ganhando versões menos brilhantes para o PS2 e XBOX em 2001, que permitia que você, dentro das premissas do jogos, chegasse aos objetivos propostos, da forma como você preferisse – fosse matando tudo e todos no seu caminho ou agindo de forma stealth ou hackeando ou…. você entendeu.

Desde de 1999 a Ion Storm, agora uma subsidiária da Eidos, vinha tentando ressucitar a fagulha do game original. Dois projetos se passavam no “universo” de Deus Ex: Deus Ex 2 Invisible Wars foi um jogo mediano, sem o brilho da originalidade do primeiro, enquanto que problemas de licenciamento impediram o jogo Snow Blind (de Ps2 e XBOX) de ser lançado como o nome que teve durante todo o desenvolvimento Deus Ex: Snow Blind (aliás… excelente jogo… mostra bem como é o dia a dia dos soldados rasos que o personagem de Deus Ex esmigalha como se fossem insetos). Em 2009 a Eidos soltou um teaser que informava ao mundo que ela tinha começado o desenvolvimento de um novo Deus Ex, um verdadeiro Deus Ex 3. E em 2011 nos colocamos a mão em Deus Ex: Human Revolution.

A pergunta é: O jogo é bom!

A resposta é: Depende.

Se você nunca jogou Deus Ex antes, o sistema de inventário com blocos de espaço (como o de Resident Evil 4) pode desagradar uma legião de jogadores acostumados com armas e munição variadas; o sistema de praxis, que você utiliza para melhorar seus poderes e augmentações parece mais complexo do que realmente é; sem falar em um sistema de Hacking que podia ter sido melhor explicado para o jogador. Nada disso realmente vai acabar com o jogo, que é sólido, tem uma jogabilidade extremamente diferenciada e tem uma história incrivelmente bem escrita e refinada, com duas reviravoltas bem estabelecidas e bem construídas.

Se você jogou Deus Ex antes, esqueça o paragráfo anterior. O jogo é tudo aquilo que Deus Ex um foi, e muito muito muito mais. Os cenários são maiores e ainda mais ricos, com milhares de pequenas coisas a serem feitas. A liberdade de como lidar com o cenário é imensa e, com exceção dos chefes (o ponto mais baixo do jogos) você sempre encontrará uma maneira de lidar com os objetivos que esteja perfeitamente alinhada com a maneira que você joga.

Graficamente Deus Ex: Human Revolution é bonito. Não é um Crysis 2, mas é bem bonito. Por alguma razão (provavelmente pela quantidade de Neon, de telas holográficas e de Robôs que realmente parecem robôs) o estilo e a qualidade gráfica me lembram Mass Effect 2. A física é funcional, mas não impressionante e o jogo usa e abusa de métodos inteligentes para limitar o espaço de jogo (é uma ilha, um prédio gigantesco, etc…) sem quebrar o clima de “Você é livre para fazer o que bem entender”. Não vai te desapontar no quesito gráfico, mas não será um daqueles jogos que você vai guardar lembranças pela vida toda. O controle é funcional, e lembrando que o jogo não é um shooter, e sim um RPG com elementos de shooter, a maior parte dos fãs de Cod, Cod:MW, MoH e afins vão ficar um pouco desesperado com o fato que Adam Jensem não reage como um super soldado nem vai resistir a milhões de projetéis sendo jogados contra ele ao mesmo tempo (pelo menos não no ínicio do game).O departamento sonoro é bom, as músicas desempenham bem o papel, com especial atenção a sonoridade dos ambientes, que parecem ricos e cheios, com pessoas conversando assuntos aleatórios que podem ou não ter a ver com a história. Não é o melhor som já visto, mas é bem legal.

É na jogabilidade e na história que Deus Ex: Human Revolution vai ganhar você. O jogo é muito muito muito muito muito muito muito muito muito bem escrito, com uma história que, embora não seja original, é feita de uma maneira tão gostosa que deixa transparecer que Adam Jensem, o personagem principal é mais uma engrenagem em um mecanismo mundial de conspirações sobre conspirações que ele não vai conseguir parar, frear ou fazer diminuir de velocidade, mas cada pequena vitória mostra que você atrapalhou, pelo menos um pouco, os reais senhores do mundo. O fato de que você pode dar literalmente centenas de upgrades para Adam, incluindo, mas não limitado a, visão através das paredes (e depois socar ou matar seu inimigo através dela), sistemas de detruição radial (ele dá um soco no chão e mata tudo… tudo… a volta dele!) , saltar de qualquer altura e não se machucar, não sofre recuo das armas, correr tão veloz quanto um carro ou levantar objetos imensamente pesados e jogá-los na direção dos inimigos (com resultados frequentemente fatais), hackear sistemas e utilizar as defesas do inimigo contra ele mesmo, permite que o game fique customizado para como você quiser fazer a missão ao invés de como você acha que ela poderia ser mais facilmente cumprinda. E a liberdade é constante e bem vinda… basicamente se você ver uma maneira de fazer algo, muito possivelmente você conseguira fazer daquela maneira… desde de que pague pelas consequências.

Em suma Deux Ex: Human Revolution é o tipo de jogo que, se você gostar, vai gostar muito e provavelmente será um dos seus favoritos de 2011, mas se você não gostar, realmente não irá gostar, achando o processo de desenvolvimento penoso e lento. Eu recomendo a todos que tenham jogado o primeiro, a todos que gostem de Borderlands e a todos que queiram experimentar um novo estilo de RPG. Bom divertimento.