Megaman 9 foi um sucesso de público e crítica, vendeu como pãozinho quente e encheu os cofres da Capcom. Todos os milhões de gamers que haviam vencido uma (ou todas) as diversas encarnações de Willy no NES, Super Nes, PSX e Saturn tinham algo para olhar e vivenciar em Megaman 9, mesmo com seus gráficos paleolíticos e sua dificuldade monumental. Controle perfeito, retorno as raízes e um design de fase inspirado deram a esse game passagem livre mesmo entre os não fãs da franquia.
Konami viu um filão. E com a mesma habilidade com que preencheu o filão de beat em ´up nos anos 80/90 correu lançar seu magistral Contra Rebirth, um remake/reimaginação do clássico imortal Contra do NES, com gráficos modernizados e som animal. O game é sem dúvida fantástico e tem um review dele aqui no Mini. Mais tarde, nesse ano de 2009 que teima em não acabar, ela voltou a carga com Castlevania Rebirth, que embora ainda não lançado nos EUA tem sido considerado uma reimaginação bastante interessante da franquia, com gloriosos gráficos, som orquestrado (em MP3) e controle fantástico. Parece que a reformulação dos games, mantendo-os 2D e old school, estava a todo vapor.
Aí veio a notícia de que a Capcom pretende lançar Megaman 10… ótimo, finalmente veremos a união entre as séries (que deveria ter acontecido no 9)… SÓ QUE COM GRÁFICOS DE NES. Como em Megaman 9.
Espera aí! Para tudo! Não era para Megaman 9 ser um desafio a estética super realista dos videogames… um retorno as raízes da série? Uma forma de mostrar a uma nova geração onde foi que tudo começou? Então porque diabos continuar produzindo jogos nessas condições? Por que não nos dar um Megaman 10 digno do nome, com gráficos soberbos, som animal e que utilize o melhor da plataforma. Não precisa ser em 3D, mas também não precisa ser feito em flash. Vamos lá Capcom, deixe de ser preguiçosa (a Capcom é famosa por criar um engine e usá-lo um cem número de vezes, como nessa geração atual em que o engine dela foi usado em basicamente todos os games que ela lançou com a exceção de SF IV) e gananciosa (é muito mais barato fazer um game que basta dois programadores e um time de artistas do que um game atual) e nos dê algo digno do MEGA (enorme, imenso, colossal) MAN!!!
Imaginem se a moda pega. A Nintendo lançou New Super Mario Bros Wii, uma versão totalmente reformulada da clássica fórmula dos games de NES e SNES, com gráficos fantásticos, som animal e controle mais do que perfeito e foi açoitada e baleada pela crítica por tentar “arrancar dinheiro do público com um jogo que parece ter 18 anos de idade”. Agora imaginem relançar um game do Mario com os gráficos do Super Mario 3 do NES, uma nova história e te cobrar entre US$ 10,00 a 16,00 por isso. Absurdo, não?! Mas é justamente isso que a Capcom quer fazer. E se ela conseguir se safar com esse truque o que impede outras empresas de simplesmente pararem de investir em tecnologia e passarem a lançar centenas de versões de Games com gráficos de 8 e 16 bits, apenas para se aproveitarem do inexistente “Nicho dos nostálgicos”.
Eu sei que uma galera vai cair de pau no mini por causa desse artigo, mas francamente, compramos novos aparelhos para sermos deslumbrados pelas capacidades deles. Sou e sempre serei um fervoroso consumidor de Virtual Console, se não pela qualidade dos games que compro, pela sensação deliciosa que as memórias deles me trazem. Mas esse são jogos antigos, clássicos, que compro EXATAMENTE POR JÁ TER JOGADO MILHARES DE VEZES E ESTAR QUERENDO REVISITAR MEU PASSADO! O meu passado! Não porque acho que a estética deles é melhor do que a atual ou porque eram mais divertidos ou difíceis. Constantemente somos inundados com imbecis que tentam pegar jóias da alta tecnologia e transformar em versões aguadas delas em gráficos de NES, como GTA no NES, ou Metroid Prime para Super NES, numa revolta contra a tecnologia que veio para ficar – desculpe imbecis… GTA não é mais divertido com gráficos de NES do que é num PC de ponta, Metroid Prime é legal pra caralho em primeira pessoa e eu não, REPITO NÃO, preciso de uma versão de Ocarina of Time refeita na engine de A Link to the past!
Então, para proteger o futuro dos games e da tecnologia, digam não. Não vamos aceitar recebermos um Mega Man 10 menos que digno Capcom… não compraremos seu refugo de game só para parecermos “hardcores”. Somos gamers… queremos jogos que reflitam a tecnologia e os avanços.
Agora licença que eu vou jogar “A lenda de Zelda: The Spirit Tracks”








