Jogando: Fire Emblem Awakening

Vou falar para vocês que sou um fã de estratégia em jogos de RPG, mas não tão fã de jogos de estratégia puros. Eu sempre sentia que não havia uma boa história por trás para sustentar aquela estratégia toda… todas aquelas batalhas!

Até conhecer a série Fire Emblem da Nintendo. No GBA. Aí… tudo mudou.

Fire Emblem é um jogo de estratégia por turnos com avatares representando unidades ou capitães. Aproxime duas unidades até uma estar dentro da área de ataque da outra e pau na máquina – simples assim. A questão é que o terreno influi, as alianças influem, o tipo de capitão influi (certos capitães tem história pregressa com outros personagens e não vão lutar com eles) e o método de ataque influi (cavalaria é forte contra infantaria, mas fraco contra aéreo, etc…). No final é um Jo Ken Po de 450 possibilidades… e é maravilhoso!

Graficamente o jogo é uma mistura bastante agradável, com valores de produção muito elevados. As cenas em animação entre as fases são soberbas, a visão aérea do campo de batalha é limpa e funcional e, no momento onde seu ataque conecta, uma cena local se abre para mostrar de perto o combate entre os capitães ou unidades. É límpido, funcional e fantástico, lembrando fácil o gráfico de videogames não portáteis da atual geração.

O som é bestificante. Simplesmente magnífico! Uma coisa de outro mundo! Com melodias formidáveis, vozes imensamente bem feitas e um efeitos sonoros notáveis. É perfeito, para não dizer mais nada! E o controle então? Se o bolo não era bom o suficiente… o controle vai fazer você repetir ele – sem meias palavras é P E R F E I T O!!! Simplesmente a melhor implementação da combinação controle Touch + controles físicos que eu já vi em um jogo de estratégia!

E como se não fosse o suficiente combinar o melhor gráfico possível na plataforma com o melhor controle e o melhor som, a Nintendo ainda colocou a melhor história possível! A trajetória de Chron, suas decisões e reviravoltas já seriam material suficiente para um jogo inteiro, mas desta vez os inimigos vieram para o reino através de uma fenda mística no tempo… o que significa que velhos favoritos da franquia fazem um Cameo, como Roy e Marth, e os filhos dos casais que se formam, surgem para lutar ao lado dos pais (e isso é tão engraçado/legal). Tudo isso sem falar na jogabilidade excelente do jogo; tudo é customizável (da velocidade das cenas de combate a quantidade de informação disposta no campo de batalha, da trilha sonora americana a japonesa, etc…) e o jogo faz um trabalho sensacional de colocar o novato para dentro do jogo ensinando passo a passo, mas não ser intrusivo o suficiente para atrapalhar o veterano que já sabe tudo (inclusive o auxílio pode ser desativado a qualquer momento) – ainda mais dando a possibilidade da morte dos capitães não ser mais eterna (eu explico. Um dos grande diferenciais da série Fire Emblem, que fazia muitos jogadores quebrarem a cabeça nas batalhas, era que, quando um capitão morria, ele morria, acabou, finit, caput, morto. E personagens mortos não tem romances nem abrem fases especiais. Agora o jogo te dá uma opção mais casual onde as mortes só duram até o final daquela batalha).

Algumas pessoas que jogaram esse jogo antes da minha cópia chegar me disseram que era o melhor jogo no 3DS. Eu não concordo – acho que esse título ainda pertence a Super Mario 3D Land. Mas é um jogo sensacional, certamente o melhor Fire Emblem que eu joguei até hoje, e uma carta de amor a todos os fãs de estratégia no mundo. É conciso, bonito, notável e funciona muito bem. Imensamente recomendado a todos!