Jogando: Batman: Arkham Origins – Black Gate – 3DS

Batman: Arkham Origins me decepcionou na sua versão de consoles e PC por várias razões, mas a principal delas é que era um jogo do Batman completamente feito pela cartilha, sem coração. Black Gate, no 3DS e no PSP, provam, de tapa na cara, quanta diferença faz a empresa estar apaixonada pelo que está fazendo.

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Batman: Arkham Origins: Black Gate, que vou passar a chamar de BG ou Black Gate (porque o nome completo é MUITO longo) é um excelente jogo, principalmente porque pega duas fórmulas que funcionam bem sozinhas, o metroivania clássico dos games de GBA e DS (e de ilustre Symphony of the night) e o sistema de movimentação e combate dos arkhams anteriores, e junta uma quantidade imensa de ótimas animações, construção inteligente de cenários, excelente uso de ferramentas e equipamentos e puzzles que, se não difíceis, pelo menos são inteligentes o suficiente para te fazer sorrir ao vencê-los.

Graficamente o jogo é um desbunde, com modelos grandes e bem detalhados, animação muito bem feita, mo-cap (motion capture, movimentação de personagens feita por captura de movimento de atores reais), variação de inimigos e na decoração das áreas dominadas por cada chefão do crime (Máscara negra, Pinguim e Coringa). Os cenários são muito bem feitos, embora um pouco repetitivos, principalmente na parte externa, mas a uma quantidade ímpar de fractais e partículas (que vão de luminosidade no cheque de armas a pedaços de papel voando, fragmentos de caixas e outros objetos quebrados, etc…) e o fato deles serem enormes compensa, com louvor, a repetitividade. Batman se move como Batman, seus inimigos clássicos transbordam personalidade e a mulher gato continua imensamente sedutora, mesma em uma tela menor.

 

O som tem músicas boas, músicas más, músicas esquecíveis e o tema de Batman Begins (que deixa homens duros e mulheres molhadas toda vez que toca…) o que torna o balanço final positivo… raspando. Os efeitos sonoros são bons e trazem a dura realidade de que Batman é um cara vestindo uma armadura (quando uma cana atingir um capacete de grafite na tempora) especialista em artes marciais (quando quebra ossos, arrebenta cartilagens, quebra caixas e extintores em atacantes, etc…) com um arsenal de coisinhas que fazem barulhos animais. As vozes, com apenas duas exceções, são excelentes, muito bem escolhidas e polidas, muito melhor realizadas que na versão de console de Arkham Origins – apenas o Coringa e o Batman, longe de suas vozes clássicas feitas por Mark Hammil e Kevin Conroy, soam extremamente estranhos… não necessariamente ruins, mas estranhos.

O controle funciona muito bem, embora simplificado para funcionar em menos botões, com o famoso sistema de um botão de ataque, um de defesa e contra-ataque, um para ataque da capa e combinações para utilizar bugigangas, como flashbangs, arpões e batrangues. A jogabilidade pode ser dividida em duas partes: Combate e exploração. Combate é uma versão simplificada, mas imensamente bacana, do combate de Arkham Asylum/City/Origins, mas funcionando em 2,5D, com os inimigos tentando cercá-lo e você usando eles para limpar as diversas areas da prisão, com variações, muito legais, desse processo junto aos chefes. A exploração funciona com Batman começando com pulo duplo, capacidade de planar e o batrangue, e conseguindo itens que vão permitindo acesso a cada vez mais areas do mega complexo que é Black Gate – tudo naquele consagrado sistema que Metroid criou e Castlevania poliu à perfeição. A prisão é realmente grande e dá para ficar perdido por toda ela, mas isso só aumenta a diversão enquanto você tenta desvendar crimes ou localizar pessoas, normalmente topando com um item pouco além da sua capacidade de chegar lá.

A história é simples, porém funcional: Uma rebelião aconteceu na super prisão Black Gate, chefiada pelo insano Coringa e dois líderes do crime, Máscara Negra e Pinguim. Batman, que está fortalecendo sua relação com o capitão Gordon, tenta auxiliar a polícia a dirimir o ataque enquanto para as ações da mulher gato e dos outros vilões. Enquanto isso Quency Sharp, futuro diretor do asilo Arkham e prefeito de Gotham, tenta usar peso político para reabrir o asilo Arkham sob a desculpa de que prisioneiros insanos, como Julian Day (o homem calendário), Chapeleiro Louco e o Coringa não podem ser mantidos em prisões comuns. A história toda é contada por meio de quadrinhos com voice over, bem feitos num estilo aquarelado, com direito a uma ou outra animação.

No balanço geral BG é um senhor jogo… bem feito, bonito e divertido de jogar. Se você não gosta do Batman, mas gosta de metroivania, vai se divertir aqui. Se gosta do Batman, mas não foi cativado pela série Arkham nos consoles/PC, aqui está outra chance. Só não deixe de jogar por estar em um portátil porque é, independente do tamanho do cartuchinho, um jogão.

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Sobre Marcel Bonatelli

Historiador de games e jogador inveterado eu respondo todas as suas dúvidas sobre games e o mercado de games no site minicastle.org ou no email marcelbonatelli@minicastle.org

Um pensamento sobre “Jogando: Batman: Arkham Origins – Black Gate – 3DS

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