Eu não conheço esportes… não jogo esportes… e sou horrível mesmo nos games deles. Só que o site precisava de mais esporte… e eu precisava de ajuda. Com vocês, nosso especialista em esportes: Rafael Belatini.
Convidado para falar de jogos esportivos aqui no blog, era inevitável que a primeira pauta fosse a eterna disputa entre Fifa e Pro Evolution Soccer, ou Winning Eleven, com preferir.
Primeiro vou dar uma passada rápida pela história das franquias.
Fifa, da EA, apareceu pela primeira vez em 1994, para Mega Drive e PC, e contava apenas com algumas seleções e jogadores com nomes fictícios.
No ano seguinte a Konami lançou seu jogo de futebol para o Super Nintendo, o International Superstar Soccer, seguindo mais ou menos o mesmo padrão: seleções e craques como o camisa 7 Allejo, considerado por muitos como um mito acima de Pelé.
A concorrência ficava mais por conta das plataformas, já que cada jogo era exclusivo de um console.
Fifa seguiu com suas edições anuais e em 1997, enfim, saiu para Snes, entrando na concorrência com ISS.
Em paralelo, a Konami, com outra equipe de produção, trabalhava em outro título de futebol.
E de Goal Storm, ISS Pro (já chamado de Winning Eleven 97 no Japão) começou uma das grandes rivalidades do mundo dos games.
No Playstation 2 e Xbox 360, Winning Eleven reinou absoluto.
Seu jogo era mais fluido, mais real e, mesmo com mais times licenciados, era difícil ver alguém que preferia o duro jogo do Fifa.
No Brasil, então, a preferência era muito clara. Ou será que ninguém ouviu, ao dizer que tinha videogame, a famosa frase: “Você joga UINING ELEVI (sic)?”
Para resolver a falta de licenças, oras, tínhamos os patchs. Quem jogou a série, já jogou Brazucas em uma de suas inúmeras edições que contaram até com toscas narrações recortadas de Galvão Bueno e comentários do “craque” Neto.
Mas eis que surgiu uma nova geração de videogames e o pessoal da Konami parece não ter sido avisado.
Porque Pro Evolution Soccer 08 (a série Winning Eleven adotou mundialmente seu nome europeu a partir da 11ª edição, quando seria Winning Eleven Eleven), lançado para Playstation 3 e Xbox 360, trazia tudo o que víamos na geração anterior.
Só que queríamos mais.
Fifa 2009 reformulou toda sua engine e, contando até com narração brasileira como DLC no PS3, tornou-se o novo queridinho, trazendo até a opção de editar o controle do jogo para facilitar a adaptação dos migrantes da série da Konami.
É lógico que alguns “istas”, surgidos da época áurea de WE, preferiram seguir fieis a marca a aproveitar um jogo melhor, como já havia acontecido com fãs de Fifa que não suportavam WE.
Mas a nossa sorte é que atualmente podemos jogar as demos antes de fazer a opção de compra.
Em 2011 baixei ambas as demonstrações e confesso que estava propenso a dar mais uma chance ao PES, já que a franquia estreava a disputa da Taça Libertadores da América e traria a narração do impagável Silvio Luís e comentários de Mauro Beting.
Mas na primeira bola que recebi com o canhoto Messi, desci pela direita e cruzei de perna esquerda sem virar o corpo. O cruzamento, feito com dois toques no botão, saiu como um chute e Mascherano, dentro da área, colocou a cabeça na bola para fazer 1 a 0.
Imediatamente saí do jogo e apaguei a demo.
A jogada era a mesma que usava no Playstation 2, a mesma que me garantia vitórias e, apesar de achar absurdo cruzamento com tal precisão com o pé trocado, creditava o feito à pouca capacidade dos consoles.
Mas a nova geração, como já disse, permite muito mais.
Para não ser injusto voltei a jogar PES 2011 na casa de amigos, mas me assustava toda vez que fazia gols maravilhosos, chutando de muito longe, e sequer precisando ajeitar a bola.
Mas as versões 2012 chegarão em breve. Ambas prometem mundos e fundos, melhorias que não perceberemos e, é claro, elencos atualizados.
Fifa já tem data para chegar às lojas: 27 de setembro.
PES, com Libertadores novamente e narração e comentários em português, ainda não revelou quando chegará às prateleiras.
Porém, sem querer causar revolta de istas, mas sabendo que causarei, talvez fosse melhor a Konami lançar apenas uma atualização de elencos, ficar um ano sem lançar uma edição e refazer o trabalho que era excelente, mas ficou para trás.
Rafael Belattini é jornalista, trabalha no site do Juca Kfouri, assiste basicamente todos os esportes já criados pelo homem e nas horas de fora detona Zelda, Gears, Uncharted e Final Fantasy.