É pequeno. É sagaz. É uma fofura. E não… não aquele ursinho de pelúcia do filme “Inteligência Artificial”. Estamos falando do novo game, que de tão peculiar pode ser chamado de misto de ação e quebra cabeça, “Scribblenauts” – que papou para sua produtora, o estúdio 5th Cell (de “Lock’s Quest” e a série “Drawn to Life”) os prêmios de melhor jogo e jogo mais original, na E3 2009. Mas como diabos é esse game?
Graficamente Scribblenauts não vai fazer você escrever para sua mãe e contar tudo… é aquele mesmo visu de desenho animado que tanto “Drawn to Life” quanto “Lock’s Quest” já usam, cheios de cores e com o acabamento que lembra origamis e recortes de papel. Um sistema rudimentar de física ajuda a engolir o gráfico simplório e torna o uso dos objetos bem mais divertidos. Quanto ao som, as músicas são bem rudimentares e os sons ficam acima da qualidade “luta de mosquitinhos” mas abaixo da qualidade “música orquestrada”.
A mecânica é simples, porém complexa… pêra lá que eu já explico: basta escrever o nome do que deseja usar para que o item apareça – baseada em um imenso dicionário que contém objetos, veículos, animais e até alguns lugares, como uma loja de videogames ou uma sorveteria. São, pasmem, mais de 20 mil itens, indo de piadas da internet (LOL), esquisitices (Keyboard Cat) aos grandes antigos (Chtulhu). Cada item possui propriedades únicas que interagem entre si, criando uma intricada rede de possibilidades, ex: policiais correm atrás de rosquinhas e gatos fogem de cães..
Para estender o tempo da brincadeira, o game dá pequenos prêmios para quem não repete verbetes na forma de Lindens, o dinheiro de Scribblenauts. Eles servem para comprar cenários, itens e novos avatares para utilizar na aventura e no editor de fases, que permite criar novos estágios que podem, inclusive, ser compartilhados via Nintendo WiFi Connection, um chamariz que não funciona em quem pretende apenas jogar as fases e não tem interesse algum em criá-las. As fases são divididas pelo próprio game em ação e puzzle, mas apesar das de puzzles serem mais lentas ambas são bem semelhantes… e extremamente divertidas.
O maior problema do game… e é grande o suficiente para atrapalhar a diversão é o sistema de controle. Por Deus, por que a Big N não nos deixou controlar Max pelo direcional? O protagonista se move como alguém dominado por espíritos Maias e Incas enfurecidos e em guerra, e corre como a se Sadako, a menina da série de filmes “O chamado” estivesse em seu encalço. Mesmo o mais leve deslizar resulta em uma corrida e pulos e deslizões que muitas vezes irão coloca-lo em lugares onde você terá que desejar mais um item para sair (ou que você tivesse a possibilidade de fazer Max atirar na cabeça para ventilar as idéias). O sistema de controle é tão frustrante que “capa” metade da diversão de um título que de outra forma seria uma obra de arte.
Ainda assim o game encanta. É revolucionário, saudável, interessante e divertido. O típico jogo que vai entreter do hardcore ao casual, da namorada ranzinza a mãe enfezada, enfim tudo e todos. O Mini está jogando muito e recomendamos, com um porém… as cópias lançadas oficialmente aqui trazem os termos “Totalmente em português”, mas NÃO CONSEGUIMOS… REPITO… NÃO CONSEGUIMOS, embora tenhamos comprado na Saraiva, fazer nossas cópias funcionarem no flácido idioma luzitano. Se alguém souber como é… coloque aqui embaixo pois com certeza alguns leitores irão precisar.
E vão chamar o Chuthullu.
