Continuamos nossa cruzada pelos esquecidos

Chip and Dale Rescue Rangers
Hoje em dia os jogos baseados em desenhos ou filmes tem sido, em sua esmagadora maioria, um show de orangotangos raivosos; ou seja, muita merda jogada ao ar! Mas nem sempre foi assim. Na década de 80 e 90, quando ainda não havia muita coisa a ser feita com as franquias de cinema e TV a não ser criar um clone de Megaman ou Super Mario e colar réplicas dos personagens da franquia por cima, algumas empresas, como a Capcom, conseguiram tirar leite de pedra e produzir clássicos como os muito conhecidos Duck Tales e Adventure Island. Outra obra de arte no entanto, se perdeu…
Baseado no seriado de TV, que no Brasil iá ao ar todo domingo, após a corrida de formula 1 na Globo, Chip and Dale Rescue Rangers (Tico e Teco, detetives – aqui no Brasil) era um side scroller batidasso, mas com muitos elementos, que se não inovadores, eram pelo menos tão bem utilizados, que ninguém reclamava. Você podia jogar sozinho ou em duplas, carregando e arremessando itens, objetos ou mesmo o seu parceiro (com resultados hilários) e os gráficos, assim como os de Duck Tales 1 e 2, eram excelentes. Ainda não saiu para o Virtual Console, mas quando sair, não deixe de pegar… nem que seja para jogar com o filho da namorada ou com a esposa que nunca pegou em um controle, mas vai reconhecer o Tico e Teco na hora.
Outros jogos que você era muito pequeno para comprar na época:
Duck Tales
Bugs Bunny Birthday Blowout
Little Nemo: The Dream Master
Snake Rattle ‘n Roll
Mappy-Land
Yo! Noid
Panic Restaurant
Rockin Kats
Kiwi Kraze (New Zealand Story)
Adventures of Rad Gravity
Disney’s Adventures in the Magical Kingdom

Clash at Demonhead
Clash at Demonhead foi escrito por algum roteirista de tabloídes, sendo que você é Bang (eu não estou zoando… o nome do sujeito é uma onomatopéia), um agente secreto de algum lugar (também não estou zoando… a apresentação do jogo literalmente usa o termo “… a secret agent of some kind…” – rumores dizem que a versão em japonês tem uma história mais bem explicada… algum leitor caridoso poderia nos informar por favor!) que relaxava em uma praia com sua namorada Mary (risos) e recebe um chamado do HQ que o professor Plum (Pou! Crash! Tum!!!) foi raptado e está sendo forçado a desenvolver a bomba do juízo final. E como se isso não fosse suficiente um poderoso demônio (sim… eu não estou zoando…) está trazendo seus ovos para destruir o mundo. Então Bang se levanta e com seu cabelo se movendo contra o vento (o mar para de se mexer, porque com os olhos de Maria, os olhos de Bang, o cabelo de Bang e as nuvens se mexendo o processador do NES não iá aguentar mais nada) e diz que vai resolver tudo…
O que se segue é uma sequência de fases estilosas, no melhor estilo Megaman, com gráficos excelentes (para a época), som animal e controle perfeito.. enquanto Bang desenterra a história secreta da raça humana, vence a organização que pegou o professor Plum, destrói um demônio ancestral e fica com a garota no final. Clash at Demonhead toma um 0 por originalidade, um 8 por qualidade geral e 10 por estilo… e todos nos sabemos que tudo que importa, as vezes, é estilo.
Outros jogos que seu pais não quiseram comprar “porque você não estuda mais como estudava!”:
Gremlins 2
Vice Project Doom
Batman
Power Blade
Wizards & Warriors
IronSword: Wizards & Warriors II
Jackie Chan’s Action
Kung Fu
Monster In My Pocket
Willow
The Three Stooges
Kung Fu Heroes
Shatterhand
Low G Man
Trojan
Demon Sword
Ultimate Stuntman

Nightshade
Eu não conheço ninguém que tenha conhecido Nightshade de uma maneira diferente dessa: Você teve que viajar/ir em ensaio da primeira comunhão/entregar ou retirar sacolinha do asilo/ir ao dentista/ir ao médico/acompanhar uma procissão ou qualquer outras dessas tarefas que os adultos tem a firme realização de que as crianças gostam de participar (se bem que eu achava o máximo entregar e receber as sacolinhas do Asilo São Vicente de Paula… era legal!!!). E quando tudo terminava já eram 13:00! Meu Deus… você dizia… perdi meu sábado (o que me levava a realização de que eu tinha todos os dias da semana depois das 17:00 totalmente para mim, não tinha que pegar no batente nenhum dia da semana e estudava para as provas só na semana das mesmas) e corria para a locadora de games. Só que as 13:30, quando você chegava lá todos os games que eram conhecidos, legais, marginalmente reconhecidos, ouvidos-falar ou que tivessem ilustrações que, se não agradáveis/interessantes, pelo menos não eram totalmente abomináveis e não continham a) a moranguinho b) os ursinhos carinhosos c) alguma figura da hanna barbera d) a barbie… já haviam sido alugados a pelo menos 3 horas. Você corria, disputando a tapa espaço com os outros atrasados, para a bancada de games, e agarrava qualquer coisa com seus bracinhos ávidos. Era uma aposta perigosa, se o jogo fosse ruim você perderia seu fim de semana, sem falar em uma parte, se não substancial, precisosa, de sua mesada.
Foi assim que eu, e muita gente como já sitei, conhecemos Nightshade. E eu o aluguei 7 vezes até terminar, sem nenhum rancor em nenhumas delas. Esse adventure, no melhor estilo point-and-click, não tinha o melhor gráfico do mundo (Maniac Manson – que tive depois no NEs e PC – tinha gráficos melhores) e som era apenas servil. O controle era, no entanto, muito muito muito bem feito. Você controlava o heroí Nightshade com o direcional, e quando ele encostava em algo que pudesse sofrer ação (que constituía em quase tudo na tela) os verbos apareciam e você escolhia qual utilizar. Apertando select o inventário e o sistema de verbos (usar/pegar/falar/mastu… he he he) aparecia. Pressione de novo e pode movimentar o heroí… fácil, simples e sem frescura.
A história era muito boa, contada em uma narração hiperbólica, bem ao estilo dos quadrinhos noir, falando sobre como o super vilão egipicio Sutekh derrotou Noid-ish (numa clara alusão de imagem e som com Yo Noid – da Domino pizzaria), o heroí da cidade, sobrando para o desconhecido NightShade a tarefa de vencê-lo.
As chances desse jogo saírem no virtual console são mínimas, mas se um dia conseguir de uma maneira ou outra levar Nightshade para passear… o password da cantina é “Eagle!”
Outros jogos que emboloraram e foram jogados fora naquela velha locadora… vocês deviam ter vergonha!:
Deja Vu: A Nightmare Comes True
A BoyAnd His Blob: Trouble On Blobonia
Shadowgate
Dr. Chaos
Golgo 13: Top Secret Episode
The Mafat Conspiracy
Princess Tomato in the Salad Kingdom
Uninvited
Solstice

Street Fighter 2010
Quando alguém estampa em um filme “do mesmo produtor de transformers!” é a mesma coisa que alguém estampar em uma lata de molho de tomate “feito com tomate!” – você pode até assistir/usar, mas já sabe que será um desastre. Tudo isso porque querem empurrar um nome/marca goela abaixo, sem se importar com o que aquilo representa para você… então se você alugou/comprou esse jogo esperando que Dalsim tivesse partes cibernéticas ou que a Chun-li agora fosse uma Milf – pode esperar sentado. Agora tire o nome “Street Fighter” do título e coloque o nome “Futuristic Dragon” ou qualquer coisa assim e tente de novo. Jogão, né!
Provando que as vezes o nome pode ser uma bomba (me veio mais um caso a testa… “Final Fantasy Crystal Chronicles ” do GC – excelente jogo… péssimas críticas… tudo porque tinha o peso da marca Final Fantasy. Se chamasse Crystal Chronicles todo mundo teria dado dez!) Street Fighter 2010 (que nem era da Capcom) foi esmirilhado pela crítica (parca e pouco professional da época).
Mas esse jogo tem gráficos excelente para NES, controle no talo e som muito bom, com 4 canais criando midis animados, enquanto você encara fase após fase de um scroll lateral de qualidade, fazendo paçoca do seus inimigos. Eu joguei esse game a primeira vez em um NES mesmo, e depois do dono em questão ter me falado tanta merda do jogo, que eu o achei bastante interessante. De qualquer forma, se você quiser um sidescroller beat-up no melhor estilo Battletoads, mas não quiser bolhas nos dedos de tanta dificuldade, ataque Street Fighter 2010. Só não espera nenhuma Hadouken!
Outros jogos que seus pais não compraram porque vocês estava gordo e tinha que ganhar uma “Aluminium” da Caloi no natal:
Mighty Final Fight
Battletoads & Double Dragon
Renegade
Shadow of the Ninja

Crisis Force
Lembra-se do review de Super R-Type, onde eu disse que aquele jogo tinha um milhão de coisas na tela ao mesmo tempo e sofria de um slowdown capaz de irritar Madre Tereza de Calcutá a ponto dela matar alguém, a sangue frio, usando uma camiseta molhada com a própria urina. Esqueça… pois Crisis Force ensina a Super R-Type com quantos pixels se faz um vertical shooter!
Crisis tem alguns dos melhores gráficos do NES, e sofre do famoso efeito de “boggle down”, quandos os objetos começam a ficar transparantes devido ao número de objetos a serem representados em movimento, ao mesmo tempo, na tela. só um detalhe – NÃO TEM SLOWDOWN!!! É pauleira à quinta potência, com um sonzão animal estourando nos 2 canais de áudio e um controle explendoroso fazendo seu papel. É show…
Eu disse que NÃO TEM SLOWDOWN? SÓ PARA TER CERTEZA! OUVIU ISSO “” SUPER R-TYPE “”!
Outros jogos que seus pais não compraram para você porque “Você já tem um monte de jogos de navinha!”:
Lifeforce
Over Horizon
Recca
SCAT
Zanac
Macross
GunNac
Captain Skyhawk
Star Soldier
Starship Hector
Wurm
Gyruss
Legendary Wings
Sky Shark
Stinger
Sqoon
Konami World
Abadox
Burai Fighter
Silkworm
Volguard 2

Crystalis
Se você está procurando por um RPG simples, old-school, com uma boa história, gráficos interessantes, estilo zelda (action RPG) e que você não precise assistir 15 minutos de CG de abertura, nem jogar 150 horas para entender que o vilão é um cara legal, que nas horas vagas gosta de ópera e filosofia Wagneriana, não precisa procurar mais – seja comprando um cartucho de NES, seja comprando a versão de Gameboy color, seja esperando pela versão do Virtual Console; Crystalis, da SNK, acabou de preencher esse vazio.
Esqueça essa história do vilão que só tem um ponto de vista diferente. Aqui os vilões são alienigenas mal-até-os-ossos e você deve, no melhor estilo “Legend of Zelda” atravessar Dungeons e cavernas para encontrar uma maneira de derrotar a mãe cérebro e enviar os alienigenas devolta para suas terras. Com gráficos servis, som alucinante e controle excelente, não há motivos para não jogar Crystalis. Aliás esse jogo é tão bom que todo vez que ele não é jogado… (rápido, pense em algo… pense!) Baby Mario Chora!
Outros jogos que você perdeu porque estava jogando Legend of Zelda e Earthbound Zero (Mother):
Magic of Scheherazade
Lagrange Point
Legend of the Ghost Lion
Radia Senki: Reimeihen
Battle Of Olympus
Hydlide 3
Faxanadu
Little Ninja Brothers
Wizardry: Proving Grounds of the Mad Overlord
Advanced Dungeons & Dragons: Pool of Radiance
Just Breed
Tombs & Treasure
Bard’s Tale II
Faria

Wario Woods
Sim… é um forma de Tetris. Sim… é viciante pra Caramba! Sim… só tem so vilões do Mario! Sim… isso poderia estar na maior parte dos celulares hoje! Wario Woods é um Colluns mais lento, onde empilhar 3 ou mais animais ou rostinhos, seja na horizontal, vertical ou diagonal resultava nos ditos-cujos desaparecendo… e, é isso….
Por ser mais lento que Colluns o jogo tinha um efeito meio terapeutico. Você não estava sendo desafiado, mental e fisicamente, para quebrar a banca. Estava só… jogando! Era literalmente um passatempo… só que usava joystick e tv… e uma ótima forma de aproximar pais e namoradas que simplesmente surtariam com a velocidade 5 pra cima de Tetris. Quando sair no virtual console, não deixe de agarrar!
Outros jogos que você não pegou porque queria jogos com armas e inimigos:
Yoshi
Yoshi Cookie
Palamedes
Puzznic
Klax
Pipe Mania (Pipe Dream)

Galaxy 5000
Galaxy 5000 é um daqueles jogos que você só tem contato depois de adulto, quando vai a casa de alguém mais humilde e vê as crianças da família jogando “Polystation”. Aí você vê eles jogando um jogo de corrida com naves espaciais… o que não se via todo dia no NES… mas o mais legal é que da para obliterar o inimigo… despedaçando com lasers e mísseis. Doce como o mel… e quase tão pecaminoso.
Galaxy, acreditem se quiser, tem história, contada em forma de texto branco contra um fundo preto, povilhada vez por outra por imagem estática cá, outra lá. No ano 5000 você corre em diversos planetas em busca de fama e fortuna (cara.. que história original) em uma visão isométrica (que deve passar por 3D na época do lançamento) com gráficos passáveis, para o Nes e para a época, som bom e controle funcional. Mas o mais legal, como foi dito, é poder explodir inimigos de forma sagrenta e sem misericórdia por 36 pistas. Muito legal!
Outros jogos de corrida que você perdeu porque estava chavecando seus pais por um Mega Drive:
RC Pro Am
Micro Machines
Cobra Triangle
Mach Rider (baseado na série de TV “Super Máquina” – aquela com o David Rasselroff)

Super DodgeBall
Super Dodgeball tem mais valor nostálgico do que qualidade. É um jogo de queimada que parece estar sendo realizado na faixa do Kozovo, tendo Israel e a Palestina como times. Gráficos estranhos se somam a uma música bizarra e a um bom controle para criar a experiência única de atingir um bola com tanta força que o objetivo é atravessar o jogador do outro time e fazê-lo implorar pela misericórdia divina… que não lhe será dada! LA CRALLALA!!!
Também é legal que os personagens se pareçam com os de River City Ransom… aumenta a sensação de que a qualquer segundo eu posso pegar uma cadeira e jogar no cara do outro time…
Outros jogos de esporte que você deixou passar enquanto detonava Double Dragon (e River City Ranson):
Town & Country Surf Designs: Wood & Water Rage
Kings of the Beach
Crash N the Boys: Street Challenge
Nintendo World Cup
Base Wars

GunShoe
Esse jogo é uma daquelas maluquices extremamente divertidas que, como Nightshade, você só descobre por chegar a locadora tarde demais para alugar Contra pela décima sétima vez! Em Gunshoe você atira com a Zapper contra os pés de um certo Sr. Stevenson toda vez que quiser que ele salte. É isso mesmo! Não faça essa cara de imbecil… Ok! Eu vou simplificar… tente imagina que o Sr. Stevenson é cego, surdo, mudo, cago, calvo, gordo e sofre de retardo mental avançado. Agora atire nos pés do desgraçado para ele saltar, a frente dele e ele irá correr para o lado contrário, etc…
Pode parecer sádico fazer isso com o pobre Sr. Stevenson, principalmente considerando o quadro clínico dele, mas não se preocupe… você supera. E se acertar ele, será um benesse a raça humana!
Outros jogos que você não prestou atenção por estar tentando matar o maldito cachorro de “Duck Hunt”:
Barker Bill’s Trick Shooting
Freedom Force
Gotcha! The Sport
Laser Invasion
To The Earth

North & South
Esse jogo é legal.. embora entre na categoria “cheguei na locadora as 17:45 da tarde e o dono ta me olhando feio e olhando para a esposa dele que já fechou um terço da porta!”. É uma estratégia leve, uma versão muito simplificado de um civilization, com unidades diferentes para o Norte e para o Sul e diversas mudanças de estratégia e entradas de novas unidades ao longo do jogo.
O controle é insosso e o gráfico e som são apenas servis, mas o jogo diverte bem e mostra que muitas vezes uma aula de história poderia se valer muito do uso de games!
Outros jogos que você não jogou porque eram estranhos:
Lunar Pool
Toobin’
Side Pocket
Vegas Dream
Pin Bot
HighSpeed
Archon
Battle Chess
Casino Kid
O Chip and Dale Rescue Rangers eu lembro de ter jogado, mas os outros eu nunca vi
Eu gostava do Alladin, tá.
E tenho dito!!!
Fiquei muito feliz em ver esses clássicos.
Mais feliz ainda foi em ver o jogo Galaxy 5000. Jogava tanto este jogo, mas não conseguia lembrar o nome e por isso não sabia como procurar. Por causa de um emulador do NES, joguei crystalis e vim buscar informações deste jogo aí então encontrei o Galaxy.
Obrigado Marcel, por causa do seu “saudosismo”, fez mais uma pessoa feliz.
Obrigado novamente
Gosto mtO do Street Fighter 2010. Apesar das críticas, ele tem inimigos MUITO difíceis, gráficos maravilhosos e áudio perfeito, além da boa jogabilidade. Até hj ñ csg zerar 😀
Chip and Dale eu joguei bastante, o jogo é incrível
Vou dar uma chance a alguns jogos aqui