EA se preocupa com usados e China se preocupa com todos!!!

A bocuda, a deslavada, a amerícanissima, a gigantesca Electronic Arts, segunda maior companhia de distribuição de jogos do planeta, está atualmente traçando planos alternativos de negócios para ajudar a combater um problema que ela considera absurdo crítico: venda de jogos usados. O ponto da reclamação deles é que as lojas faturam várias vezes com seus jogos (vendendo os jogos novos e revendendos jogos usados) enquanto a produtora/distribuidora ganha apenas uma vez.
Mas a Electronic Arts reconhece que é inútil tentar parar as lojas de venderem artigos usados, então está buscando contra-atacar de outra forma: aumentando a longevidade de cada game e prendendo o usuário com distribuição e contéudos online.
“Para nós, a venda de videogames de segunda mão é uma situação muito crítica, porque as pessoas estão vendendo múltiplas vezes uma propriedade intelectual”, disse Jens Uwe Intat, vice-presidente sênior e gerente geral de publicação da Electronic Arts para a Europa. “O que estamos tentando fazer é construir modelos de negócios que tem cada vez mais suporte online, com serviços adicionais e conteúdos extras que você adquire online. Então as pessoas verão o valor em não apenas ter o disco físico para jogar em casa sozinho, mas na verdade jogar esses jogos online e pagar por eles”.

Quando confrontado com a verdade universal de que as coisas são revendidas em todos os mercados (menos no financeiro) o executivo dá uma resposta quase facista, pois os jogos eletrônicos, sendo informações digitais, não desgastam, não rasgam, e não se tornam produtos inferiores quando são passados de consumidor para consumidor, como disse “Em nosso entendimento de modelo de negócio estamos na verdade cedendo os direitos para jogar, e se você simplesmente o passa para frente, e passa, e passa, isso não se compara às vendas de segunda mão na área de artigos físicos normais em que você tem carros usados desgastados, roupas usadas, livros usados… eles estão todos fisicamente desgastados, então você tem produtos de qualidade inferior”, explica. “Mas produtos digitais não se tornam na verdade inferior em qualidade, então é um grande desafio para nós quando as pessoas os passam adiante”.

Enquanto Inat se preocupa com os usados, Li Jianguo, vice-diretor do Comitê Municipal das Comunicações de Pequim, pediu um monitoramento mais estrito dos jogos online que tem conteúdo ilegal ou inapropriado. O comitê recomenda que os games incluam uma tecnologia que automaticamente desconecte os jogadores após um certo número de horas de jogatina contínua. Segundo o Beijing Times (que devemos lembrar é um jornal controlado pelo governo chinês – muito muito muito partidário), um dos principais jornais da China, publicou uma matéria afirmando que o total de “jovens viciados em internet” corresponde a cerca de 10% dos internautas locais com menos de 18 anos, o que significa algo em torno de 4 milhões de pessoas – Jogos “nocivos”, de acordo com o governo chinês, são aqueles que agregam violência e pornografia, assim como os não-patrióticos.(O que inclui quase todos os games do mundo!)

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Sobre Marcel Bonatelli

Historiador de games e jogador inveterado eu respondo todas as suas dúvidas sobre games e o mercado de games no site minicastle.org ou no email marcelbonatelli@minicastle.org

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