Odin Sphere é um clássico beat ‘em up com elementos de RPG, lançado originalmente em 2007 pela Vanillaware (George Kamitani) / Atlus para PlayStation 2. Esse episódio foi um pedido do nosso amigo João Álvaro.
Castle of Illusion, no mega drive, é um clássico. Um side scroller com litros de aventuras por cenários lindo enquanto Mickey Mouse, o eterno rato aventureiro de Walt Disney, tenta salvar sua amada Minnie Mouse das garras da terrível Mirzabel. Se você nunca teve a possibilidade de jogar o game, de uma olhada nos nossos reviews da versão de Mega Drive e da versão de Master System.
Pois bem… o jogo ganhou um remake. E um fã do original, como eu, não podia deixar de colocar suas mãos ávidas nele.
E os resultados são menos do que estelares.
Veja bem… Castle of Illusion Remake – Starring Mickey Mouse não é ruim. É um competente jogo de aventura, voltado para um público mais infantil que não tenta, em nenhum minuto, ser uma cópia do jogo original com uma repaginada visual – este é um NOVO jogo, que utiliza mecânicas de câmera 3D, diversos ângulos de câmera e estilos de jogabilidade roubados de fontes tão diversas como Crash Bandicoot, Spyro, DKC Returns e Epic Mickey. A combinação final é competente e gostosa de jogar, mas lembra muito mais um jogo do começo dos gráficos poligonais de qualidade, lá pela metade da era do PS1, quando diversos ângulos de câmera e diversos tipos de jogabilidade, no mesmo tipo de jogo, eram algo novo e realmente valorizado. Hoje em dia, como mostrado nesse game, isso não sustenta um jogo por si só.
Mas ao jogo em si. Graficamente Castle of Illusion Remake é bonito – mas nem de perto tão bonito quanto jogos quanto Muramasa, Odin Sphere, Dragon´s Crown ou outros pesos-pesados do uso de cell shading e color shading. É claro ali que o serviço foi feito no limite do aceitável, com uma qualidade gráfica apenas passável que, diferente do game original, não encanta aos olhos e nem gera nenhum momento “UAU” – as animações de Mickey são mais simples que no mega drive (ele não “rebola” por exemplo, enquanto espera, nem olha em volta, assustado), os fundos mais simplórios e os estágios menos inspirados, mais diretos, retos e com poucos elementos em paralaxe. Mickey nem mesmo tem sua clássica bundada, apenas pisando em seus inimigos. Nem de perto o nível de qualidade esperado de um game como esse e milhas distante do excelente Epic Mickey 2: Power of Illusion do 3DS.
O controle funciona bem mas tem uma “escorregada” que, eu acho, foi colocada lá de propósito. Eu explico: Nos idos do Mega Drive, quando você virava completamente a direção na qual Mickey se mexia, ele levava alguns segundos, e tinha alguns quadros de animação, para começar a se mover naquela direção – embora o novo game não tenha esses quadros de animação, ainda assim parece que Mickey se “arrasta” um pouco ou “desliza” um pouco em alguns momentos. Na época do Mega Drive isso não era muito problemático (era… mas a gente tava acostumado) – em uma era de controles analógicos perfeitos e comandos 1:1 é terrível. A jogabilidade varia de estágio para estágio, ou mesmo dentro dos estágios, mas é predominantemente em visão lateral, com ocasionais entradas em 3D aberto; algumas partes tem Mickey correndo na sua direção, ou lutando com chefes em arenas 3D abertas ou desviando de itens que vem do fundo, mas, predominantemente, você vai controlar o roedor mais conhecido do mundo indo da esquerda para a direita.
O som é bom. E só isso. Eu realmente me decepcionei muito, mas muito mesmo, com essa parte. Castle of Illusion tinha músicas ótimas, que faziam grande uso do canal de modulação FM no Master System assim como dos 10 canais de áudio do Mega Drive. O que recebemos aqui são versões xexelentas das músicas originais, nem mesmo orquestradas, em uma tentativa muito mequetrefe de modernizar a obra. É ruim, fraco e nem merece ser considerado Castle of Illusion.
Castle of Illusion Remake é um jogo feito para quem, obviamente, nunca relou no game original. É simples, MUITO mais fácil que na era 8/16 bits e não tem 1/25 da personalidade. Jogue… mas esteja preparado para um game apenas mediano. Se estiver atrás de um retorno, de verdade, ao castelo da terrível Mirzabel, fique com a versão do 3DS – ou, melhor ainda, arranje um Mega Drive, um cartucho e volte ao começo dos anos 90. Acredite – você vai se divertir muito mais.