Jogando: Halo 4 – SEM SPOILERS

Eu estou duas semanas atrasado para fazer o review de Halo 4. É muito muito provável que TODOS vocês já tenham jogado Halo 4 em algum lugar de alguma forma. Eu não acho que meu review conseguiria afetar as vendas estratosféricas de Halo 4 nem se eu dissesse que o game vem banhado em uma sopa contendo um mistura exótica de Ebola com Febre do pântano venusiano…

… ainda bem, porque eu não vou falar nada nem perto disso.

Halo 4 é um evento. Um acontecimento. Não só uma entrada fantástica em uma franquia excelente mas um jogo que vai deixar a Live presa por meses tentando caçar cada pedaço, cada detalhe, cada ideia. É um jogo tão bom que, para realmente fazer justiça, teremos que comentá-lo por pedaços. Então vamos, primeiro, comentar o que permeia todas as áreas do jogo.

Primeiro vamos tirar o imenso elefante óbvio do caminho: Halo 4 é bestificante de tão bonito! O jogo, em todos os seus componentes (Single Player, Multiplayer e Spartan Ops), é lindíssimo. Texturas são riquíssimas, o sistema de luz e sombra é fora do comum, a iluminação é soberba e a animação é tão boa que beira um produto da porra da Pixar. A música também não deixa a desejar – vem pesada e constante, estraçalhando o seu ouvido com beleza ímpar.

O departamento sonoro é muito muito bom, no quesito som de armas, inimigos e efeitos de ambiente, já as vozes….

… putz…

… se você tiver a versão em Inglês o jogo tem vozes excelentes, feitas por artistas talentosos,  em um ambiente de trabalho claramente profissional com uma qualidade digna de cinema Hollywoodiano. Se, por outro lado, você, como muitos de nós, teve a infelicidade de receber a pérfida versão nacional do jogo, prepare-se para sofrer: Com exceção de Master Chief , Cortana, Palmer e Lasky as vozes foram muito mal escolhidas, soam completamente desprovidas de emoção e o estúdio responsável pela dublagem nem sequer se deu ao trabalho de acertar a sincronia labial. É horrível, péssimo mesmo, e assusta o jogador. E considerando que Reach teve um trabalho de tradução tão bom…

O controle é muito bom. Todos os Spartans correm agora (não é mais um poder de armadura), mantendo pressionado o direcional analógico esquerdo. A troca de arma continua no Y, a recarga no X, o ajoelhar no B e o salto no A… em suma, a mais do que fantástica configuração de Reach continua viva e forte em Halo 4. Os poderes de armadura são mais variados e extremamente uteis, indo de escudos de energia que são projetados na frente do jogador a visão através das paredes, passando pelos já conhecidos dash (aquele pequeno teleporte lateral) e jet pack.

Mas é na jogabilidade que a cuíca de Halo 4 ronca… e há três modos básicos no jogo:

Campanha

É o bom e velho Master Chief, Spartan John S-117, retornando a ação no planeta artificial Requiem após ficar a deriva no espaço por 4 anos. Ao longo da história o jogo muda tudo, absolutamente TUDO do que se pensava até então em termos de mytos de Halo, entregando um maravilhoso novo pano de fundo para a nova trilogia sem descuidar de entregar os personagens que conhecemos e amamos em novas situações. Não só isso mas a campanha ainda mostra a Cortana se humanizando cada vez mais enquanto caminha para seu Rampancy (um estado de loucura que as IAs no universo Halo alcançam após 7 anos) e o Chief movendo montanhas para evitar isso. É excelente e diferente de todos as outras aventuras no universo Halo, lembrando uma mistura fantástica de Halo: Reach com Halo 2.

 

Multiplayer competitivo

O multiplayer competitivo retorna muito mais rápido e visceral em Halo 4: as partidas são mais rápidas, os mapas são modificados para gerarem mais situações de conflito e encontros mais constantes entre os jogadores, os itens ficam visíveis em seus pontos de respawn, logo as pessoas se matam muito mais tentando chegar lá do que efetivamente pegando os itens! A duração dos escudos e da barra de vida foram severamente diminuídas em relação a Reach: Aqui, um bom tiro na sua cabeça, vai arrancar seu escudo. Um segundo tiro na sua cabeça, ou dois ou três tiros rápidos nas suas costas, vão acabar com você. E isso em todos os modos de jogo! Seja no King of the Hill ou no Infinite Slayer os jogadores vem para cima, com veículos, armamento ou as próprias mãos. E os novos poderes como a Pretorean Vision(que permite ver os inimigos através das paredes) ou o escudo de energia (que permite criar um escudo de controle de multidões, que segura tiros, na frente do Spartan) tornam ainda mais legais as partidas.

Agora, além de customizar sua armadura, é você quem escolhe que armas vai levar para a batalha e quais poderes vai utilizar a cada partida. E a entrada de modificadores (como escudo extra ou carregar duas armas primárias) e habilidades de armadura (como mais granadas ou mais munição) dão ainda mais estratégia ao já tático sistema de combate de Halo 4. O multiplayer cooperativo é o lugar para destravar partes de armadura, ter a bunda chutada por crianças de 12 anos que passam o dia jogando e se tornar um guerreiro. Espero você lá, soldado!

 

Multiplayer Cooperativo

Se os diversos modos do multiplayer competitivo não são muito a sua praia (que coisinha mais fofa da mãe… quer um biscoito e um travesseiro, neném?) tente levar seus amigos com você no incrível modo cooperativo Spartan Ops. Quando a 343 disse que iria eliminar o modo firefight de Halo 4 eu fiquei realmente desapontado, achando que havíamos perdido um modo extremamente divertido de jogo. Ah… quão tolo eu era! No lugar do firefigth com hordas de inimigos sedentos correndo atrás da sua carcaça você tem um modo história alternativo, feito para ser jogado por vários jogadores ao mesmo tempo (embora possa ser jogado sozinho – caso você não tenha amigos ou goste, muito, de sofrer), onde você joga com um Spartan que é parte do fireteam Crimson, fazendo missões para a comadante Sarah Palmer na superfície do planeta. A história tem diversas ligações com a aventura do Chief, mas não entrega absolutamente nenhuma informação que possa estragar a sua campanha (ao contrário… te instiga a jogar a Campanha e entender o que diabos está acontecendo ali). Um vídeo sai toda a segunda no final da tarde, junto com mais cinco missões (o conteúdo daquele episódio) – o vídeo te dá uma por cima da situação na Infinity e as missões são muito legais, bem mais divertidas do que matar hordas e mais hordas de inimigos sem direção que vem correndo para cima de você. Spartan Ops é muito… muito bom!

 

E no final? O que dizer de Halo 4 que já não tenha sido dito por todos os veículos de imprensa especializada no mundo do videogame? A única coisa que posso dizer é que Halo 4 é uma experiência – tem que ser vivido, agora, para ser entendido. É quase como comer uma macarronada de Vô em um dia frio, quando o prato acabou de sair naquele minuto e o queijo ainda está derretendo sobre o molho de tomate – e você está morto de fome! É gostoso sem ser cansativo, pode ser desfrutado em pequenas sessões e é tão bom que vai fazer as pessoas jogarem infinitamente. Eu estava jogando Reach até duas semanas atrás… agora me sentiria extremamente mal eu deixar para trás o multiplayer imensamente mais rápido e equilibrado de Halo 4 e voltar a ele. Jogue Halo 4 – sinta como é!

E divirta-se… Bom jogo a todos!