Jogando: Luigi´s Mansion: Dark Moon

Eu tenho um 3DS desde a semana do lançamento dele. E nunca, nem por um segundo, me arrependi da compra. Através dele eu passei horas e mais horas de diversão e a Big N, com o programa embaixador, mais do que me devolveu os valores mais altos que paguei em minha aquisição. Agora, quase 2 anos depois do lançamento do portátil, um dos jogos de anúncio do mesmo chega as minhas mãos.

E a Nintendo faz a mesma mágica que tem feito desde de que eu tinha 6 anos.

Se você não conhece Luigi´s Mansion, eu te apresento. Luigi´s Mansion era o jogo de lançamento do GameCube, em 2001. Nele, em gráficos absurdos para época, controle imensamente funcional e som sensacional, Luigi, o irmão não tão bem sucedido da família Mario, tenta encontrar o próprio irmão em uma mansão que ganhou em um concurso (que ele não participou). Ele rapidamente descobre que a Mansão está cheia de fantasmas e que eles aprisionaram Mario, recebendo, em seus magros e estranhos ombros, o peso de ser o herói e salvar seu irmão.

Meu Deus! Eu ainda jogo isso! E ainda é muito legal!

O jogo foi um sucesso de crítica e público, que, infelizmente, Miyamoto não quis continuar imediatamente. Foram várias idas e vindas até a Nintendo liberar uma continuação para o game, sendo anunciado no Wii (e aí cancelado) e no DS (e cancelado de novo), até, por fim, aterrissar no 3DS. Como eu disse lá em cima, era um dos jogos anunciados junto com o novo console. E levou quase 2 anos para chegar nas nossas mãos.

E valeu cada segundo.

Luigi´s Mansion: Dark Moon (Ou só Luigi´s Mansion 2 – no Oriente) não é mais do mesmo. É uma reinvenção completa do conceito do game e um dos melhores jogos disponíveis no pequeno valente da Nintendo. E isso se deve a uma mistura charmosa de simplicidade e profundidade. O controle é simples ao extremo e imensamente funcional, com Luigi contando, essencialmente, com apenas dois itens, uma lanterna (que ilumina o coração dos fantasmas, permitindo capturá-los) que pode receber um upgrade de luz negra (que mostra itens invisíveis e Boos) e o Poltergust 3000 (o aspirador-de-pó-que-suga-fantasmas). E centenas, literalmente centenas, de pequenos puzzles são desenhados a volta do uso inteligente desses dois. Sem falar que o personagem principal desta pequena aventura não é Luigi, mas a mansão em si – cada sala é como um pequeno diorama, que fica ainda melhor em 3D, com pequenos detalhes visuais chamando atenção para bônus e colecionáveis (em minha primeira passada pelo game consegui pegar menos de 50% de tudo disponível lá…) e muito muito charme. Olhar por frestas, rachaduras e janelas é ver uma piada atrás da outra envolvendo os enlouquecidos (pela Lua Negra) ajudantes fantasmais do Dr Egad tentando jogar tênis ou tomar chá. É fascinante.

Graficamente o jogo é excepcional. As texturas são ricas, a animação soberba e atmosfera perfeita. Os fantasmas tem física diferenciada (atravessando certos objetos mas não outros, deixando resíduos quando molhados ou congelados, ateando fogo em objetos próximos, etc…) conforme a “espécie” e os cenários são fantásticos. Assim como em Super Mario 3D Land e Ocarina of Time 3D, o uso do 3D é feito com cuidado e com carinho, pensado de base mesmo, deixando tudo ainda mais legal – é realmente assustador ver um fantasminha saindo do nada, em cima de você, da tela.

E se os gráficos + jogabilidade não tivessem fechado o pacote, o som com certeza faria a venda. As músicas são esparsas e imensamente bem utilizadas, com vários remixes das versões do Cube e novidades agitadas (e calmas) assinadas por ninguém menos que Totaka-Sama (o homem por trás das músicas de Animal Crossing, Mario Paint, Wii Sports e Super Smash Bros Brawl). As vozes do Dr Egad e de Luigi são imensamente bem escolhidas e não cansam nem irritam (principalmente porque Luigi fala o tempo todo com medo e não para de falar….) e os sons, tanto dos ambientes quanto dos fantasmas, são muito muito legais. Um exemplo de como usar o som em um portátil.

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Então é uma compra certa, Marcel? Com a mais absoluta certeza! Se você tem um 3DS você tem que fazer a si mesmo o favor de comprar Luigi´s Mansion: Dark Moon – é um jogo excelente, muito muito muito bem feito, e com um constante “q” de retorno as raízes do Cube. Só não é perfeito por ser compartimentalizado (no primeiro Luigi´s Mansion você podia andar livremente pela mansão – neste você é enviado a partes dela em cada missão) e porque força o uso de certos apetrechos do 3DS (como o giroscópio  por exemplo) que acabam comprometendo o 3D e dificultando a vida de quem, como eu, as vezes usa o portátil dentro de um ônibus. Isso não tira o brilho desta joia, no entanto, e você tem que tê-la em sua coleção. Bom divertimento e feliz caçada!