Eu demorei muito para fazer esse review. Muito! E eu demorei esse tanto porque queria ter a mais absoluta certeza que eu não estava apenas vendo um jogo cego pela estética do que é novo.

E também porque eu queria ver se o nosso colaborador Bruno Brandão iá fazer… mas isso é outra história ^_^

Assassin’s Creed é uma série com a qual eu tenho um relacionamento muito estranho! Adorei o setting e a história do primeiro, mas achei o gameplay carregado de idéias mal aproveitadas e que os assassinatos, as partes realmente interessantes do jogo, eram esparsos demais e por demais fechados. Havia muito a se colecionar, as três cidades eram grandiosas e lindas, mas havia muito pouco a se fazer além de conseguir informações e se preparar para o assassinato. O segundo era tão melhor que o primeiro, mas tão melhor que o primeiro, que parecia ter sido feito por outra equipe, em outro aparelho e em outro planeta. Aí veio Brotherhood, a pseudo continuação do AC 2, que pegava tudo que o 2 havia feito de bom e melhorava ainda mais – e eu fiquei muito feliz. Revelations, a continuação de Brotherhood, que fechava a história de Ezio era bom, mas nem de perto tão bom quanto Brotherhood. O 3 era  o completo contrário do 1: Enquanto a história e o enredo eram pobres e ruins, a jogabilidade era fantástica e o gameplay era animal, com milhares de possibilidades de coisas a se fazer.

O que nos leva a AC 4. E eu posso falar com bastante autoridade aqui: Esse É o melhor Assassin’s Creed até hoje.

Por que? Porque ele pega toda as facilidades da jogabilidade e do controle de AC3 e torna-os ainda mais intuitivos (os assassinatos saem ainda mais fáceis,  o sistema de movimento furtivo é mais fluído, o sistema de combate aprendeu vários pontos com o cavaleiro das trevas, etc…) enquanto dá um universo muito maior (com várias ilhas enormes, cidades imensas e uma quantidade inimaginável de oceano entre elas) e te coloca em um universo MUITO mais divertido e colorido que os EUA em formação: O Caribe da era de ouro dos piratas!

E aqui mora o coração e a alma de AC4: Black Flag. A história é excelente, se aproveita de mitos e lendas envolvendo os piratas e costura, de forma tão boa quanto em AC2 e AC2 Brotherhood, ficção e realidade. E o universo em si, com você fazendo missões lado a lado com Kidd ou Barba Negra fazem tudo ser ainda mais legal. Não que a eterna briga entre a liberdade e a tirania, entre os assassinos e os templários não fosse fantástico por si só… mas fica ainda mais legal aqui. E com um controle e uma jogabilidade tão boas, fica difícil largar o controle.

Tá…  o jogo é gostoso de jogar! E grande! Mas é bonito? Gostoso de escutar?

Pior que é! ^_^

Embora nem de longe a coisa mais bonita que eu já tenha visto rodando no meu PC, com todos os settings no máximo AC 4 impressiona: Efeitos de iluminação são fantásticos, a uma quantidade animal de partículas, as texturas são excelentes, os personagens se movimentam com perfeição e o frame rate fica lacrado lá na casa dos 80 e qualquer coisa FPS. No Wii U a coisa fica um pouco mais modesta, mas nem de longe feia: O horizonte é mais curto que no PC e os efeitos de névoa e iluminação não são tão chiques. As texturas de ambiente sofrem um baque também e não há tantos objetos em movimento no cenário. Curiosamente, joguei o game um pouco no PS4, na casa de um colega de serviço… Não estava com meu Wii U para fazer uma comparação lado a lado, mas o game no PS4 está mais próximo do Wii U do que PC parrudo rodando com tudo no máximo.

OK. É muito bonito! Mas e o som? Bom… os efeitos sonoros são excelentes e as vozes foram muito muito muito bem escolhidas. Você vai se divertir ouvindo as pessoas conversarem sobre monstros marinhos e vai se render ao estilo charlatão dos piratas (há até mesmo uma opção para encher as conversas de clichês de filmes de piratas do século XX como “Cães Sarnentos”, “Aaarrhhhhg” e “Saco de pulgas”). As músicas são boas, mas com pouquíssimas exceções são bastante esquecíveis. Mas há uma coisa, no reino do som do jogo, que não vai te deixar esquecer Black Flag tão cedo: As músicas cantadas pelos seus piratas!

Sim! Nas cidades você pode agarrar notas musicais voadoras que correspondem a uma nova música para seus piratas cantarem durante as viagens de barco. E acredite em mim, de músicas da época em inglês e espanhol a adaptações “piraticas” de músicas atuais como “I’m coming home” de Diddy e Dirty money (sim… a música que tocava no trailer do AC3), essas músicas são fantásticas e dão um toque a mais a navegação, que é, de longe, a parte mais divertida do game.

E já que estamos falando da navegação… o que são aquelas batalhas de navios? Que incrível!!! Com um sistema de batalha que permite utilizar diversas armas (que podem sofrer upgrades e ficarem mais fortes) para combater e, se possível desabilitar um navio, AC4 prova que se pode ensinar truques novos a uma franquia velha – e que esses truques podem torná-la ainda mais divertida. Sim… eu sei que havia batalhas navais em AC3 – mas aqui elas fazem parte do dia a dia, do método de viagem e estão tão intrinsecamente ligadas ao jogo, sendo tao viscerais, que é impossível não amá-las. Sem falar no surto de adrenalina que você vai ter ao vencer uma batalha difícil, estar com seu navio todo danificado, e ter a chance de abordar aquele navio e matar e pilhar! Simplesmente animal!

Assassin’s Creed 4: Black Flag é um pusta jogo que não tenta reinventar a roda, só melhorá-la. É como Sonic 2 ou Mario Galaxy 2: pega-se uma fórmula boa, amplifica-se tudo que dá certo nela, poda-se o que é peso morto e faz aquilo mais bonito e ainda maior. É um must buy, principalmente se você for fã da franquia ou quiser se tornar fã da franquia. Caso você não seja nenhum dos dois, pode ser que o game ainda valha a pena só pelo sistema de combate e melhoria dos seus navios. Sim… AC4 é bom assim!

Agora com licença porque eu tenho templários para assassinar, tesouros para encontrar e navios para naufragar! Pelas barbas de Netuno!!!