Jogando: JoJo´s Bizarre Adventure HD

Quando eu estava jogando a mais ou menos 20 minutos Jojo um amigo meu me ligou. Fazia alguns anos que não nos falávamos e começamos a colocar a conversa em dia. Em dado momento ele perguntou: __ O que se tá fazendo agora?

__ Jogando JoJo´s Bizarre Adventure. – respondi

__ Aquele jogo estranho do Dreamcast?! – ele expressou.

Resolvi usar esse relato como começo do review porque realmente não dá para colocar Jojo´s Bizarre Adventure (HD ou não HD) de outro jeito. Um dos últimos jogos criados com a placa CPS3 da Capcom, JJBA (não dá para escrever Jojo´s Bizarre Adventure toda hora)  é um terço Yu Yu Hakusho, um terço YMCA e um terço Shaman King – com uma jogabilidade que hoje pode ser vista em seu filhote indireto BlazBlue: Continuum Shift. A história não faz muito sentido (mesmo com você se esforçando para entender) e o NÃO há equilíbrio entre os personagens (alguns são muito muito muito mais fortes que outros), sendo que o jogo tinha mais preocupação em dar para os fãs do mangá uma experiência em forma de game do que efetivamente ser considerado um game para disputas, como Street Fighter 4 ou Tekken Tag.

Graficamente o jogo é bonito, se você gosta de sprites grandes e bem detalhadas e de mangá. Caso contrário nem o filtro de blur, que é aplicado para criar o efeito HD, não vai salvá-lo de pensar como este game parece ter quase 15 anos – o que é verdade. O som é muito bom, com músicas variadas e estilos musicais indo do Japão a Gaitas de Folhe. Os efeitos sonoros tem a qualidade Capcom e as vozes parecem saídas de um anime dos anos 80.

O controle é excelente – responde no talo e é fácil de usar. O problema são os golpes. Esqueça o famoso meia lua para frente, meia lua para trás ou 2 segundos para trás para frente e algo: os comandos de JJBA são mais próximos dos golpes especias da SNK (algo como faça a volta inteira no controle enquanto aperta o botão de ataque forte e cheira o próprio joelho) do que a costumeira acessibilidade da Capcom. O “Stand” torna o sistema de luta mais legal – um “Stand” é um espírito ou animal guardião que pode ser chamado para lutar por você ou com você. Alguns personagens chamam o Stand e te dão o controle completo, enquanto fazem uma pose, enquanto outros usam para bloquear, regenerar energias, dar golpes mais fortes ou mesmo para atazanar o adversário. Era extremamente inovador nos idos de 1999, mas hoje, nós já vimos ser feito em outro lugar de forma melhor.

Jojo´s Bizarre Adventure HD é um bom jogo. Era muito melhor antes de Guilt Gear, BlazBlue ou Skullgirls – quando saiu para o Dreamcast ele era o fighter mais inovador que já se tinha notícia. Mas seu design mostra o sinal de um game que tem mais de 10 anos em um estilo que constantemente vomita novidades. Além disso é um jogo bem difícil, que vai frustar muito jogadores sem experiência com fighters. Se você é um jogador das antigas que aceita a curva de aprendizado meio árida e a dificuldade um pouco frustrante desse game, com certeza será recompensado com um grande jogo. Se por outro lado você acredita que um jogo deveria ir passo a passo com você o tempo todo, te ensinando os movimentos e colocando você no clima, tente Tekken Tag 2.

Bom divertimento.

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Sobre Marcel Bonatelli

Historiador de games e jogador inveterado eu respondo todas as suas dúvidas sobre games e o mercado de games no site minicastle.org ou no email marcelbonatelli@minicastle.org

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