Eu fui operado e estou com tempo livre, infelizmente jogos online não combinam com a idéia de ter que parar de duas em duas horas para “comer” (yogurtes, papas, sucos, sopas, esse tipo de coisa “deliciosa” que todo gordo ama!). Logo estou me concentrando em jogar coisas que posso pausar. E fui mergulhar na caixa de games que vieram com o Dreamcast (e na qual mexi muito pouco).
Dynamite Cop… o que é isso?
Oh Deus! Eu joguei isso nos Arcades. Era mais rápido mas era igualzinho. Para quem não teve a experiência Dynamite Cop é um Beat Up, no estilo de Final Fight ou Street of Rage, mas em 3D e com polígonos. Você vai de sala em sala por um navio enorme utilizando um dos três policiais (um clone do Freddy Mercury, que é mediano, um negro, que é forte mas lento e uma mulher, que é rápida mais fraca – ei Sega… eu vi o que você fez!) e distribuindo “justiça” usando as mãos, armas de fogo, cadeiras, mesas, pedaços de carne, pimenta e tudo mais. A história é fantástica: Os Lobos Piratas seqüestraram um navio com 2000 pessoas abordo, inclusive a filha do presidente. Seu grupo é enviado para resolver o problema.
Por que negociar com terroristas é coisa de frutinha!
O controle é funcional, embora um pouco lento. Você soca com um botão, chuta com outro, salta e agarra. Se pegar uma arma pode usá-la com o botão de soco (recomendo muito pegar o míssil anti-naval e usar em um inimigo – a explosão vai até o teto e todos os inimigos na sala tomam dano… mas os personagens continuam impassíveis). Entre as salas onde a batalha ocorre acontecem “ceninhas” que , na verdade, são quick time events bem utilizados, onde seu personagem é mostrado correndo e lhe é pedido para apertar algo (ex: aperte para a esquerda ou aperte chute). Se você acertar o quick time recupera um pouco de life e entra na sala em condições melhores (os inimigos não tem vem imediatamente, estão desarmados, etc…), se errar perde um pouco de energia e chega na sala em uma situação de desvantagem. E como a história vai indo de forma hilária as cenas ajudam mais ainda a ter a sensação de como esse game é diferente e tem as raízes na década de 90.
Os gráficos são simples. Texturas são simples e lavadas, mas funcionais. Os objetos tem arquitetura simples, meramente suficiente para você entendê-los como o que eles são. As vezes os objetos tem efeitos estranhos adicionados a eles (eu joguei 2 peixes que explodiram em chamas e uma cadeira que explodiu como uma granada na última vezes que joguei) mas parece ser mais um glitch do que algo desenhado pelos desenvolvedores. A animação é cortada mas faz seu trabalho: cada inimigo tem um set de movimentos, algo entre 15 e 20, e circula entre eles. Para ficar mais fácil de visualizar pense nesse jogo com um Beat Up do PS1 com texturas melhores e cenários maiores.
O som tem o sabor da SEGA. Melodias rápidas se juntam a composições pesadas para dar o tom. É gostoso e lembra imediatamente o que você ouviria em um Arcade. Recomendo levantar o som para ouvir as vozes “mágicas” como “You got me!” (com o cara ajoelhando com as mãos na genitália) e “Dish out” (quando o cozinheiro joga pratos de comida em você…).
Esse jogo já deveria estar no Xbox Live Arcade, só que custando uns 400 pontos, porque é bem curtinho (você termina ele em mais ou menos 40 minutos). É gostoso de jogar, desestressa e faz você lembrar uma outra época de videogames, onde vilões eram vilões (e você sabia isso só de olhar neles), heróis eram heróis e você salvava a princesa no final. Se tiverem como colocar a mão em um Dreamcast, comprem (ta custando entre R$ 40 e 95 no mercado livre), vale muito a pena!