Jogando Red Steel 2

Red Steel 1 ficou conhecido por três razões: Era o primeiro first person shooter do Wii – demonstrando ao mundo todo que fazia sentido usar o controle como arma, tinha uma espada – que deveria ter mostrado a todo mundo que a idéia era genial mas a Ubisoft literalmente defecou na realização e… é difícil dizer isso… era um jogo ruim. Não era péssimo. Não era injogável. Mas depois de meses de trailers (que tem gráficos bem melhores que o game final) mostrando centenas de coisas que eu não podia fazer no game final eu acabei por me sentir meio traído.

Aí a Nintendo se preparava para lançar seu novo acessório, o Wii motion plus, que melhoraria muito a detecção de movimento e o que eu vejo na lista de jogos iniciais para o acessório: Red Steel 2.

Fiquei assutado. Depois bravo. Depois estarrecido. Eles fariam de novo? Prometeriam mundos e fundos e entregariam apenas uma versão entojada e sem graça do que havia sido prometido. E os meses passaram. E os games com o Wii motion plus foram chegando. E eu fui gostando cada vez mais deles. E o game finalmente foi lançado. Eu o comprei. E a pergunta que não quer calar é: É bom!

Sim… SIM… SIM… SIM!!! É bom! É excelente! É maravilhoso. Fazia tempo que eu não me sentia tão bem de ficar com o braço dolorido de tanto jogar Wii e valeu a pena cada segundo; mas vamos por parte para que eu consiga me explicar.

Graficamente Red Steel 2, ou RE2, é incrível. Uma engine de gráficos sólida e celere, segurando gráficos simples criados em estilo Cell Ink (e como Cell Shadow, mas com mais densidade, cores melhores e maior resolução – para quem já jogou lembra muito o game Crackdown de XBOX 360) sem deixar a taxa de frames cair abaixo dos 60, o que deixa o game ainda mais lindo. Todos os cenários tem um detalhes, grandes e pequenos, que os tornam únicos e o próprio estilo artístico escolhido, que lembra muito o filme Sukiaki Western Django (excelente filme… ), misturando cowboys e samurais torna a experiência ainda melhor. As armas tem um tom meio fantasioso e parecem itens personalizados ao invés de objetos criados em série e a suas espadas (você usa mais de uma ao longo do game) são lindas – podendo ser vistas na tela, em todas as posições e ângulos, enquanto você as manipula para se defender ou defletir projéteis. Quando você corta com a espada, a Ubisoft achou um atalho gráfico para não ter que animar ataques por todo e qualquer ângulo: Você vê apenas o corte da espada, uma linha se foi fraco, várias linhas mais escuras se foi mais forte. A diferença entre os dois e o quanto de “braço” você põe no golpe. Um dos games mais lindos do Wii até hoje.

A música não fica atrás. Fazia tempo que eu não me sentia tão bem com músicas heroícas, mas essas dão vontade de cantarolar game afora… e o som… ah o som. Das vozes dos inimigos as explosões tudo foi pensado para te colocar dentro do game. O controle é excelente, com muitas configurações (não tantas quanto “The conduit” e “Modern Warfare”) que permitem que você torne sua experiência bem pessoal. Infelizmente, as únicas falhas do game se encontram nesse departamento.

O game depende de movimentos vigorosos com o Wii mote para golpes de espadas mais fortes, mas também usa o Wii mote para a mira e para “olhar” o cenário, mostrando aonde você irá se apertar o “para cima” no analógico. Só que se ele não estiver travado em um inimigo pode (não sempre, mas algumas vezes) fazê-lo literalmente ficar olhando o chão, ou algum detalhe do cenário, para cima ou para baixo da linha de ação, enquanto sua bunda é surrada sem dó pelos seus inimigos. A trava nos inimigos, controlada no Nunchuk, diminui um pouco o problema, mas não resolve o questão de ter que virar-se rapidamente no game. Quando você vai se virar deve movimentar o Wii mote para fora da “bounding box”, uma caixa imaginária, que pode ser regulada em tamanho pelo jogador, que indica onde o personagem deve começar a se mexer. Só que golpes de espada, muitas vezes acabam fora da área da bounding box, e se você não estiver travado no inimigo, por vezes o game tentará, celére mais imbecilmente, seguir o lugar que você está indo… chegando ao nada. Não são falhas que inviabilizem o game ou que diminuam seu valor de entretenimento, mas são bastante sérios, principalmente considerando que poderiam ter sido evitados com um pouquinho mais de debuging pela Ubisoft.

A história do game é esquecível, mas interessante o suficiente para te carregar por ela, sendo quebrada em uma série de “serviços”, tarefas que seu personagem pega nas paredes de saloons, delegacias e dojos. “Ajude fulano”, “Encontre ciclano”, “Mate silvano”… esse tipo de coisa.

Em suma é um game excelente, maravilhoso e muito muito bem feito. Se você tiver um wii motion plus, consiga o game agora. Se você não tem um, consiga um e consiga o game. Ele é bom assim.

E desculpe Ubisoft… por dúvidar de vocês.

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Sobre Marcel Bonatelli

Historiador de games e jogador inveterado eu respondo todas as suas dúvidas sobre games e o mercado de games no site minicastle.org ou no email marcelbonatelli@minicastle.org

Um pensamento sobre “Jogando Red Steel 2

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