Na caça a pirataria no mundo existem três classificações: Os países que fazem parte da Black List, Watch List e da Free List. A Black list mostra países que ou não repreendem a pirataria nem em níveis mínimos, ou os que ativamente a defendem e utilizam. A Watch list mostra os países que etão tentando combater a pirataria, com ações diversas, mas que a última ainda se encontra muito difundida para que os resultados sejam aprasíveis. E a Free List, os caras bonzinhos, por assim dizer.
Seguindo o costume a Big N anualmente envia um relatório para Escritório de Representação Comercial dos Estados Unidos identificando governos que, na visão da companhia japonesa, não combatem como deveriam a pirataria. E a gente dançou de novo, sendo citados no documento. A lista de 2009 é praticamente a mesma do ano passado, mas Hong Kong (caralho… uma das capitais da pirataria mundial saiu) foi excluída e Espanha entrou em seu lugar (Ela e Coréia do Sul estão na lista por causa da imensa quantidade de Flash Cards, tipo R4 e outros, que são vendidos e usados por lá).
Para a Nintendo, as ações antipirataria do governo brasileiro não estão diminuindo as cópias ilegais no País. A companhia destaca que a alfândega e os agentes de controle de fronteira não fizeram nenhuma apreensão de produtos falsificados da Nintendo no ano passado, e processos judiciais contra acusados de pirataria são “virtualmente inexistentes”. Também afirma que altos impostos constituem uma barreira para a legitimação dos produtos de videogame. A China ainda continua a ser o centro da fabricação de produtos falsificados da Nintendo, que são vendidos tanto internamente como em importantes mercados mundiais, inclusive os Estados Unidos.
Só que alguém leu o relatório. E FICOU MACHINHO. O presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, Luiz Paulo Barreto, afirmou que a posição da Big N sobre a atuação do Brasil na repressão pirataria “chocou” o órgão colegiado –formado por 13 entidades públicas e 7 privadas. Segundo ele, os “ataques” foram feitos de forma “leviana, equivocada e imprecisa”.
“As declarações foram recebidas com surpresa e irritação. Não consigo entender, porque foi muito estranho: uma empresa japonesa reclamar ao governo americano da atuação do Brasil”, disse o presidente do conselho, que também é secretário-executivo do Ministério da Justiça. E aí já se precebe que ele não leu bem o documento (também não deve ser nosso fã)… PRIMEIRO ele não foi dirigido ao governo americano e sim as entidades não governamentais e a NOA e SEGUNDO ele dizia que as ações do Brasil são ineficientes (o que qualquer um pode constatar se for na Rua 25 de maio em São Paulo).
Ainda segundo o secretário-executivo no ano passado, 847.334 CDs de games piratas foram apreendidos no Brasil, e o Wii aparece como um dos principais modelos retirados do mercado clandestino. Outros 204.828 games para computador, incluindo os da marca Nintendo, também foram apreendidos.
“Há um reconhecimento internacional sobre o avanço do Brasil no combate à pirataria. Em 2007, o Brasil saiu da “black list” [lista negra] em uma avaliação que é feita pelos EUA dos países. Fomos para a “watch list” [lista de observação]. Só se os ataques da Nintendo forem uma estratégia para voltarmos para a lista negra, mas aí é um tiro no pé porque estão atacando seus próprios parceiros”, afirmou Barreto.
Ele acrescentou que a Abes (Associação Brasileira das Empresas de Software), uma das entidades com assento no conselho, há três anos vem desenvolvendo uma parceria com o governo para a capacitação de funcionários públicos para o combate a produtos piratas. A associação, diz ele, relata que há uma tendência de queda no índice de pirataria no Brasil.
Barreto declarou que, além de medidas repressivas, a pirataria precisa ser combatida com mudanças na estratégia comercial das empresas, que deveriam rever seus preços.
Mas para rever seus preços, Sr. Barreto, as empresas precisam de cargas de impostos conscientes e auxílio governamental pesado na caça a pirataria. Que tipo de país uma empresa séria vai se instalar para ter seus produtos vendidos 3 semanas depois a “10 reau” num dos muitos “camelodromos” construídas pelas próprias prefeituras.