Jogando: Tank! Tank! Tank!

Nossa Tank! Tank! Tank! é um jogo muito estranho. Muito muito estranho! Tank! Tank! Tank! (ou TTT, como vou passar a chamar) é um port de um Arcade japonês extremamente famoso de 2009, que essencialmente põe você é um contexto bem japonês: algum desastre aconteceu e você tem que salvar a cidade usando um tanque.

Sim! A cidade é atacada por aranhas espaciais, ou por um gorila cibernético gigante, ou por um imenso polvo mecânico e você (e talvez seus amigos, se for co-op) tem que salvar a cidade destruindo tudo com tanques! Simples assim, mas divertidíssimo… por umas duas horas.

Graficamente TTT não impressiona. Os modelos dos tanques são claramente caricatos e os monstros são tipicamente não ofensivos. Prédios e construções tem um visual desenhado e, embora todo mundo esperasse que essa menor necessidade de realismo gerasse uma maior variedade gráfica ou mais velocidade, o jogo roda travado nos 30 FPS. O som também não é nada para se escrever para a mãe – funciona, e por vezes é bonitinho, mas não é nada incrível.

A jogabilidade do game exige aprendizado. Funciona bem e, depois que você parou de duelar com os analógicos, é divertida, mas o gameplay é um pouco massante. Como eu falei lá em cima, como todo doce muito doce, TTT enjoa depois de algumas poucas horas. Você inicia um estágio com um tanque simples, destrói tudo que puder, fazendo o maior número possível de pontos, que rendem medalhas, que servem como moedas para você comprar novos tanques e destravar novos estágios. Parece interessante, mas visto que ademais as mudanças visuais e algumas poucas alterações de habilidades (alguns tanques são mais fortes, outros mais rápidos, etc…), você mais ou menos está fazendo a mesma coisa de novo e de novo e de novo, fica difícil ficar empolgado depois de algum tempo. Além disso você destrava um novo estágio, entra nele, ganha medalhas, compra um novo tanque e tem que voltar no estágio anterior para usar o tanque novo e destravar ainda mais medalhas para liberar o próximo estágio e conseguir mais um tanque novo. É repetitivo, divertido de início, mas rapidamente perde o tesão.

E considerando a oportunidade perdida pela Nintendo e a Namco de um multiplayer online aqui, a coisa ficou complicada. Você tem um multiplayer, inclusive pode até utilizar a câmera do Wii U Gamepad para colocar uma foto que represente o jogador em cada tanque, mas isso é uma imbecilidade, visto que todos eles terão que estar na sua sala, de qualquer maneira, para jogar – NÃO HÁ MULTIPLAYER ONLINE. Um jogo advindo de um Arcade japonês, FAMOSO POR FUNCIONAR EM 4 MÁQUINAS LINKADAS, NÃO TEM MULTIPLAYER ONLINE?! O que diabos ocorreu Namco/Nintendo? Do que adianta eu colocar minha cara no tanque se todos os meus adversários/amigos estão na sala e a tela está divida em 4? Ridículo. E ainda mais ridículo o fato de que, como a Nintendo ainda não permite o transporte da conta da Nintendo Network entre aparelhos, se seus amigos tiverem  TTT e desbloquearam vários tanques e armas especiais, eles, ainda assim, tem que jogar com o tanque inicial, no multiplayer. Só o jogador linkado a conta original consegue utilizar os tanques atualizados. Isso é ridículo.

O único modo multiplayer que vale a pena é o “My Kong mode” onde o usuário do Game Pad tira uma foto do próprio rosto, coloca a imagem na cabeça de um gorila de 50 metros de altura e destrói a cidade enquanto o resto dos jogadores tentam pará-lo. É bem mais interessante que o resto dos modos multiplayer e tem a vantagem de alguém ser um Kong.

Em suma Tank! Tank! Tank! é um jogo legal. Mas não tão legal que vale uma compra. Vale uma locação e só. Mas é divertido nas primeiras duas horas. Tente… quem sabe você realmente curte!