Jogando: 007 Legends

Existem jogos excelentes que, por um descuido de design ou uma falha de concepção, acabam tendo pontos que indignam, cansam e frustram os jogadores: Eternal Darkness e Dark Siders. Existem bons jogos, que por um conjunto de falhas patinam em se tornarem melhores, e que, ainda por cima, tem pontos frustantes que irritam os jogadores além de qualquer chance de redenção: Goldeneye Reloaded e CoD5 . E exigem jogos ruins, como 007 Legends, que são esquizofrênicos e não conseguem realmente dizer a que vieram – e o que fazem, fazem mal feito.

Começando pela jogabilidade. Tudo, que não as seções em primeira pessoa, são escorregadios e mal feitos – quase como se estivessem ali apenas para tapar buraco. Dirigir os veículos é horrível e as seções em gravidade zero na última fase são penosas e chatas. Além disso as fases não contém uma grama de inspiração sequer, servindo-se de todos os clichês possíveis nos FPSs atuais sem conseguir animar, nem mesmo com a utilização livre de motes e momentos “Bondianos”. Você não vai se animar em derrotar ninguém em “Moonhaker” nem em encontrar Scaramanga – é simplesmente chato. Some a isso inimigos que recebem dano como esponjas, não tem pontos vitais (guardas de armadura podem tomar dois ou três tiros de pistola no rosto sem efeito aparente) e repetem animações iguais centenas de vezes, com uma inteligência artificial que os joga no meio de corredores enquanto balas pipocam por todos os lados… simplesmente horrível.

O controle cumpre o papel que deveria ter, mas não é nem perfeito nem inspirado. Pequenos delays ocorrem aqui e ali e por vezes você sofrerá quando comandos específicos forem necessários mas não forem mencionados em tela. O som é aceitável, com vozes convincentes, Daniel Craig e Judi Dench em seus papeis costumeiros e músicas que, se não são boas, pelo menos seguram bem a onda.

Graficamente o jogo é bem fraco. Texturas demoram a carregar e, por vezes, são muito pobres – porcas mesmo. A animação dos inimigos é risível e a a dos personagens principais são toscas – muito piores do que Goldeneye Reloaded ou, mesmo, Blood Stone. As armas reais ficaram bem feitas mas as armas imaginárias ficaram horríveis – a golden gun parece um isqueiro com uma ponta e a arma laser de “O Foguete da morte” parece algo feito pela Hasbro!

Em suma 007 Legends não convence. Tem problemas técnicos típicos de jogos feitos por empresas sem dinheiro, sem tempo, sem pessoal ou a soma dos três. É incrivelmente raso e não convence nem mesmo o mais ardoroso fã do espião britânico. Se você realmente quer um game envolvendo Bond, James Bond, tente Goldeneye Reloaded.

Ou melhor ainda: Ache um Nintendo 64, “espete” um GoldenEye 64 nele, e bom divertimento.