A mais ou menos umas duas semanas o Mini fez um review de Aliens : Colonial Marines, um jogo produtzido pela Timegate studios em conjunto com a Gearbox Studios. E, digamos, o game é um pouco menos que estelar. Agora a Timegate está pagando o preço do fracasso, cerca de 25% de seu qusdro de funcionários terá que deixar a empresa. Nas palavras de seu presidente Adel Chaveleh:
“Hoje eu tive que fazer a difícil decisão de deixar ir muitos grandes desenvolvedores de games. Nunca é fácil e estamos fazendo tudo o que é possível para auxiliar os afetados. A TimeGate está se preparando, como o restante da indústria para uma nova geração e um novo modelo de negócios. Como parte dessa reinvenção projetos e áreas foram fechadas para garantir a sobrevivência do estúdio.”
O Mini deseja sorte a todos os atingidos pelo corte. É uma pena.
A crítica profissional tem sido imensamente dura com Aliens: Colonial Marines, o novo jogo da softhouse GearBox, responsável por joias como Borderlands (e seu imensamente viciante sistema de jogo diablo-on-fps) e lixos como Duke Nuken Forever (embora nem toda a culpa seja deles, nesse caso): O jogo foi chamado de antiquado, bugado, feio e feito as pressas. Uma parte dessas afirmações é verdade, mas esse não é um jogo ruim.
E o problema para isso começa lá no material fonte.
Aliens, ou Alien: O Resgate, como é conhecido no Brasil, é um filme fantástico entregue ao mundo em 1986 pelas mãos do fantástico James “Olha mãe eu fiz Avatar” Cameron. É uma das mais competentes e bem feitas obras de ficção científica de todos os tempos e a continuação de um dos filmes mais badalados pela comunidade Sci Fi, o sacro-santo Alien, de Ridley Scott. O filme é tão incrível e conhecido que suas frases, equipamentos, sons e atmosfera, além de conceitos de aplicação de terror psicológico e escassez de recursos, foram utilizados e reutilizados ao longo de anos, em centenas de formas, ao longo de dezenas de mídias. Sim, mesmo que você nunca tenha assistido Aliens, se você jogou Halo (principalmente o primeiro), Resident Evil ou algum filme onde um grupo de civis + soldados tem que se virar para sobreviver a um monstro, e gostou, agradeça a essa mega sucesso da década de 80.
E esse é parte do problema. O material fonte, que a Gearbox teve acesso livremente e utilizou de maneira magistral, é TÃO bom, que ele pede por níveis quase impossíveis de qualidade. Você já viu Aliens, já viu centenas de pessoas melhorando cenas de Aliens, então voltar a ter simplesmente… Aliens, sem o efeito nostalgia, é uma retomada meio dura.
E esse é o principal ponto deste jogo: Você gosta de Aliens? Lembra de algumas das frases? Se lembra dos principais trechos do filme? Lembra o primeiro nome do Ricks? Ou do Androide? Então você, assim como eu, vai gostar desse jogo. Agora, se a resposta a essas perguntas for não, infelizmente você não terá um tempo tão bom com Aliens: Colonial Marines. Porque, essencialmente, esse é uma continuação de Aliens que tem 6 a 7 horas de duração e acontece de estar em um formato interativo.
Tudo no jogo é voltado para te contar essa história… e é uma boa história. Não é excelente. Não é a história que vai mudar sua percepção da franquia. Mas é uma história interessante e bem ambientada em um universo relativamente charmoso. E se for uma história que você quer o jogo vai lhe divertir. O duro é que, como dizem, o problema são os outros… os outros itens que compõe o jogo!
E esses problemas começam nos gráficos. No PC os gráficos tem quebras feias em vários pontos, usam texturas lavadas ou mais antigas em outras e tem muitos slowdowns. No Xbox 360/Ps3 a situação fica ainda pior – a velocidade cai para baixo dos 30 frames toda vez que tem mais de 4 ou 5 inimigos na tela, as texturas demoram para carregar (um tempo bem longo) e a animação dos personagens é quebrada e estranha. Você verá pedaços de inimigos e colegas atravessando paredes, descobrirá que não consegue terminar determinados trechos devido a inimigos ou itens que não surgiram completamente ou surgiram dentro de objetos, etc… E se a parte gráfica é uma bagunça, a inteligência artificial vai acabar com uma boa parte da sua diversão – os Xenos se comportam como esquilos, saltando em frente aos seus tiros sem se preocuparem com usar o ambiente (como faziam nos filmes) ou em criar estratégias.E se os Xenos, que são animais, se comportam assim, os membros da equipe de segurança da Weiland Yutani conseguem ser ainda piores – em vez de se comportarem como soldados de elite altamente treinados, eles se comportam como micos de circo vestindo Kevlar. Um deles fez uma pirueta, a la Neo e Trinity, saindo da cobertura, atirando com uma das mãos, enquanto outro, portanto um lança chamas, continuou caminhando na minha direção enquanto era, literalmente, cortado por fogo da minha Smart Gun. Quem a Weiland contrata? Suicidas?
Some a isso vários glitches, como portas que não abrem, encontros que não carregam (deixando você andando a esmo no mapa) e problemas graves de detecção de colisão, um sistema de armas advindo diretamente de 1990, com seu personagem carregando consigo um carrinho de mão de armas (como na época de Doom e Duke Nuken 3D) e você começa a perceber que a Gearbox, aparentemente, não teve tempo para terminar o game. Graças aos céus o som é magistral e capta maravilhosamente a atmosfera proposta… mas mesmo assim, ficamos no 3X2. E essa é uma condição bem complicada para um jogo que custa R$ 180,00.
Em suma, Aliens: Colonial Marines, vale uma locação. Se você for muito fã da franquia Alien, e muito, muito, muito mesmo, fã do segundo filme, talvez valha uma compra. Mas, de resto, é um jogo cinemático com uma boa história que, infelizmente, não entrega nem metade do que prometeu com Trailers e entrevistas.