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Em 2006, quando o Wii veio ao mercado, Kaz Hirai, então presidente da Sony, fez duas declarações em relação ao seu concorrente – eu não acho que o Wii está no mesmo patamar de mercado – e – eu não acho que motion control (controle por movimento) seja o que o mercado deseja. Embora não relacionado ao assunto ele também ficou famoso por dizer que rumble não era parte do futuro dos games.
2010 chegou e Rumble é o futuro dos games (e está no novo controle da sony, estranho isso…), o Wii é o console mais bem sucedido de todos os tempos (sim, fanboys, vendeu mais que o PS2 e que o PS1) e agora…. aparentemente… motion control é o que o mercado deseja – então sem cerimônia nenhuma a Sony decidiu colocar no mercado sua tacanha solução, seu tapa buraco, para o motion control – o Playstation Move.
Dê uma boa olhada nisso….

É um wiimote! Parece um vibrador e essa bola colorida é coisa mais mal concebida que já vi nessa hemisfério, mas é um wii mote. É agora que os fanboys vem e dizem que tecnologicamente é muito superior, trabalha com um padrão de transmissão de dados mais eficiente, consegue detectar mais eixos, consegue lidar com distância, etc….
Me avisem quando vocês terminarem… porque isso tudo é perfumaria. O conceito está aqui, direto e reto, estampado para qualquer pessoa que quiser ver. Dizem que o mais direto elogio é a cópia, mas algumas empresas deveriam ter pelo menos a descência de colocar uma cara nova em seus Rip-offs. E como se isso já não fosse suficientemente ruim, eles orgulhosamente mostraram a “segunda unidade” – o Nunchuk
´Cê tá de brincadeira comigo…

Eu tenho as três plataformas… tenho o XBOX 360, tenho o PS3 e tenho o meu querido Wii – além de portáteis, PC, etc… e neste momento eu estou com vergonha, isso mesmo, VERGONHA, de ter um console da Sony na minha sala. Esse é o tipo de empresa que eu quero produzindo consoles? Uma empresa carrancuda, cabeçuda, megalomaniaca e cheia de si, que acha que pode, com um acessório, dominar o mercado. O PS3 passou 3 anos como um fracasso de venda global, e agora que começou a andar…. a empresa mais uma vez comprova que não sabe lidar com o mercado.
A idéia da Sony, e de muitos analistas de mercado, é que o Move traga para o PS3 o público do Wii. E me permitam, como Master Business Administrator que sou (eu tenho um MBA em gestão estratégica de empresas – com um TCC em “Mercado Brasileiro de Videogame”), fazer uma análise rápida do mercado e do consumidor médio do Wii:
Primeiro Ponto: Pense rápido, você é um pai de família, com dois filhos pequenos (4 a 12 anos), e um salário que o classifica como classe média – média/alta. Você e sua esposa tiveram Nintendinhos ou Super Nintendos (ou Master System e mega drives) e trabalham 8 horas por dia. Parabéns – você é o grosso da estatística da PEA (População economicamente ativa). Você preferiria gastar US$ 200,00 por um videogame, segundo controle e dois jogos (além de Wii motion + para os dois controles) com o selo Nintendo, que cresceu com você, que sua esposa tem interesse (de ouvir amigas, ver comerciais) e que é nativamente capaz (Deus, essa é a diferenciação de mercado do console) de motion control – OU – colocar US$ 400,00 em um videogame com um controle “normal” (não motion control), um controle motion control, e dois jogos – sobre o qual sua esposa nunca ouviu falar e que você não tem certeza do contéudo ou qualidade dos games.
Segundo Ponto: Além da questão de preço, o casal acima ainda tem mais um ponto a ser considerado no Wii – eles são a definição básica do público casual. Eles podem ter sido jogadores brilhantes de Final Fantasy VI e terem detonado Chrono Trigger, mas agora eles tem 8 horas de trabalho + tarefas domésticas + relações sociais + filhos … tudo isso antes do entretenimento. Se você colocar um game para esse casal que exija deles 1 hora por dia (metade do tempo médio que um “hardcore gamer” joga por dia) eles teram dificuldades em prosseguir. Mas se lhes for ofertado games que possam ser jogados em intervalos de 10 a 15 minutos – como Mario Galaxy, Wii Fit, Wii Sports, Super Mario Wii, etc… – eles terão mais facilidade e mais prazer no game.
Terceiro Ponto: Identidade. Você é um composto multifacetado de tudo que ouviu, viu, jogou, brincou, leu, realizou, falou… em suma, você é, grandamente, suas memórias. E você tem memórias de Mario, Sonic, Alex Kidd, Contra, Metroid, Ninja Gaiden – memórias essas, que por uma fração do preço dos jogos atuais, podem ser suas de novo através do serviço de virtual console. Lembre-se, muitos casuais gostariam de retornar a jogar, mas falta-lhes tempo. E o que poderia ser melhor do que deixá-lo voltar a infância e ainda permitir que ele pare de jogar um game que não tem saves ou passwords e que retome do exato lugar que parou – digamos, uma semana depois. É o “game stand”, um feature exclusivo do virtual console e uma saída muito legal para quem tem pouco tempo.
Quarto Ponto: A Nintendo levou quase 4 anos e um periférico de auxílio (o Wii motion plus) para “dominar” a arte de games com movimento. Quanto tempo será necessário para a Sony demonstrar o mesmo know-how?
Quinto ponto: Ponto positivo para a Sony! Se o PS Move der certo (com um bancada de jogos de qualidade que façam valer o investimento) ele será o segundo valor de venda intrínseco do aparelho – somado a capacidade de rodar Blue Rays.
Placar Final: 4 X 1 para o Wii.
Eu disse lá em cima e digo de novo: É uma cópia Xexelenta e fedida – cheirando a amadorismo e falta de profissionalismo – que vem para o mercado encher um espaço que não existe. Resta-nos esperar pelo projeto Natal da Microsoft e ver os dois consoles “High Definition” se degladiarem por espaço…

… nesse meio tempo, acho que vou jogar Mario Galaxy 2, Metroid Other M, o novo Zelda e o novo Pikmin. Até mais caras!